Diversão e Arte

Discos de ícones da cultura negra reafirmam sua importância

o completarem duas décadas desde que foram lançados, álbuns se destacam em tempos de preconceito e tensão racial

postado em 08/03/2016 07:00

Rapper Jay Z

A geração atual pode não lembrar, mas acredite: antes de Tupac ser transformado em um holograma, ele foi um dos rappers mais talentosos e influentes do gênero; antes de Lauryn Hill permitir que delírios de grandeza encobrissem seu enorme talento e a delegassem a um estado não produtivo, ela desfilava seu talento com facilidade por ritmos como o hip-hop, soul, r e reggae; e, finalmente, antes de Jay-Z se tornar ;o marido da Beyoncé; e um notório magnata de negócios relacionados desde a vinhos até agenciamento de atletas, ele foi um garoto que vendia drogas em esquinas do Brooklyn, em Nova York, e que demonstrava potencial para ser um excelente MC.


Em comum entre Tupac, Lauryn Hill e Jay Z, além de serem três ícones da cultura negra que tiveram impacto no mainstream americano, está o fato de que três de seus trabalhos mais representativos completam 20 anos em 2016 e abordam, cada um à sua maneira, dificuldades e realidades do negro americano. Em épocas de violência policial, falta de representatividade e tensão racial, tais dificuldades têm se mostrado cada vez mais universais e contemporâneas, daí a importância de celebrar tais trabalhos.


Lançado em 20 de fevereiro de 1996, o álbum The score, por exemplo, pode ser considerado ainda não só uma obra atual, mas também à frente do seu tempo. O disco é o segundo ; e último ; trabalho do Fugees, trio de New Jersey formado por Pras Michel, Wyclef Jean e capitaneado por Lauryn Hill. Um dos motivos que o levam a ser considerado uma obra inovadora foi ter oferecido uma alternativa ao gangsta rap da época, que versava sobre violência, bens materiais e objetificava as mulheres. Com apenas 21 anos, Lauryn já demonstrava um talento excepcional para escrever rimas espertas e complexas, que ofereciam um relato mais sensível da vida de jovens negros no gueto.


;Fico frustrada quando eu rimo, pensando em todas as crianças que querem fazer isso pelas razões erradas;, dizia Lauryn na letra de How many mics, uma das grandes músicas do disco, ao lado de The beast, Zealots e grandes covers como No woman no cry e Killing me softly. Além da destreza técnica com a qual entregava o conteúdo, o Fugees merece reconhecimento pela forma inovadora com a qual tratou a questão da sexualidade, especialmente no meio historicamente machista do hip-hop. ;É refrescante ouvir um álbum sem nenhuma referência machista ou misógena (...) A narrativa de Hill como mulher e suas emoções têm espaço para respirar, especialmente na música Manifest, uma canção sobre um cara que ;roubou o coração pulsante de seu peito;;, escreveu a revista inglesa NME sobre o assunto.

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