Diversão e Arte

Diretor Guilherme de Almeida Prado fala sobre Marilyn Monroe

Com pitada de nostalgia, ele relembra a cultuada atriz, vista pelo diretor recentemente na telona em Quanto mais quente melhor

Ricardo Daehn
postado em 01/06/2016 07:20

A lista de filmes de culto aos bastidores do cinema que o diretor Guilherme de Almeida Prado assinou é tão extensa ; contemplando A hora mágica (1998), Onde andará Dulce Veiga? (2008), Perfume de gardênia (1992) e A dama do Cine Shangai (1987) ; quanto a sensualidade de estrelas como Maitê Proença, Christiane Torloni e Carolina Dieckmann, com as quais trabalhou. Num paralelo, fica difícil não associar o cinema de Almeida Prado à cristalização ícones femininos. Um passo para falar de Marilyn Monroe. Com pitada de nostalgia, ele relembra a cultuada atriz, vista pelo diretor recentemente na telona em Quanto mais quente melhor, em cinema na rua Augusta, e em O pecado mora ao lado, numa sala do Iguatemi paulistano.

Três perguntas para Guilherme de Almeida Prado
Marilyn Monroe era uma atriz de verdade?
Era uma boa atriz, mas não em tudo. Ela era única ; não tem sequer quem chegue próxima dela na tela. Não era tão bonita; nem tinha corpo espetacular. São poucos os bons, na tela, e ela tinha a capacidade de fazer olhar para ela, e só. Sobressaia, mesmo ao lado de um Laurence Olivier.

Ela foi revolucionária?
Não saberia dizer se ela revolucionou a interpretação em cinema. Mas tem filmes marcantes como Nunca fui santa (1956), Os desajustados (1961) e Quanto mais quente melhor (1959). Mas, devia ser uma chata de galocha: insuportável e difícil de se trabalhar, vi poucos diretores fazerem mais de um filme com ela. Trabalhou, porém, com diretores que extraíram o melhor dela, como John Huston e Billy Wilder. Foi Wilder que, numa entrevista, disse: ;Minha tia Cora, por exemplo, é simpática e nunca chegaria atrasada no set, mas quem iria prestigiá-la, se aparecesse no cinema?; (risos).

Marilyn era um exemplo de beleza irretocável?
Ela nem era tão sensacional, não tem traços tão especialmente bonitos. Mas há atrizes que têm que morrer cedo, para que se imprima a lenda: a Brigitte Bardot segue viva, porém teve a sabedoria de se preservar. Marilyn andava sexy, era um caminhar tesudo, dizem até que usava um salto menor do que o outro.

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