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Diretor do filme sobre Edward Snowden afirma que 'Brasil sofreu um golpe'

Oliver Stone veio ao Brasil para divulgar filme sobre responsável por divulgação de dados secretos da NSA

postado em 09/11/2016 09:53
Em 2014, Stone declarou apoio à reeleição de Dilma Rousseff
Durante turnê de divulgação do longa Snowden - Herói ou traidor no Brasil, o diretor norte-americano Oliver Stone disse que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff foi um "golpe de estado". A afirmação foi feita em entrevista a Mauricio Stycer, colunista do Uol.

"Se você falar com o seu presidente, como é o nome dele, Temer? Ele não foi legalmente eleito, mas está lá. Eu acho que Dilma era um problema para eles. Ela era um alvo de vigilância... O envolvimento dela com a Petrobras... Quem sabe o que eles descobriram? Mas não conseguiram nada contra ela. A pegaram com uma acusação ridícula, uma acusação menor, e conseguiram o impeachment dela. E colocaram no lugar gente que não foi eleita. É verdadeiramente a definição de um golpe de Estado. E os Estados Unidos apoiaram, eles reconheceram o novo governo imediatamente", disse.

Stone também criticou a espionagem que a Agência de Segurança Nacional conduzia. "Eles [os EUA] estavam vigiando a Dilma, assim como muitos outros líderes. Essa informação vai para algum lugar, não fica lá guardada. É usada para destruir, mudar governos, grandes empresas, a Petrobras, empresas petrolíferas na Venezuela... Isso pode levar à guerra. Imagine: trata-se de um aliado seu. Como fica o Brasil? O "vírus" americano está aqui, nas suas estruturas e vocês não devem saber onde exatamente. Eu gostaria de saber o que os líderes mundias sabem sobre o chamado aliado (os EUA)"

O diretor elogiou ainda o jornalista Glenn Greenwald por seu trabalho e o grupo WikiLeaks ("eles mantém os países sob alerta"). O longa Snowden - Herói ou traidor conta a história de Edward Snowden, que em 2013 vazou informações secretas da Agência de Segurança Nacional dos EUA - entre elas, documentos que provaram que a agência monitorava ciberneticamente milhões de pessoas sem autorização do Congresso americano. O filme, que tem Joseph Gordon-Levitt no papel do hacker, estreou em setembro nos EUA.

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