Diversão e Arte

Jorge Amâncio lança amanhã o livro Batom d'Amor

O lançamento faz parte da programação do lançódromo, na 33ª Feira do Livro de Brasília

Isabella de Andrade - Especial para o Correio
postado em 22/06/2017 16:39
O autor Jorge Amâncio fala de romantismo e bohemia em seus poemas
Parte da extensa programação que destaca a produção poética do Distrito Federal, Jorge Amâncio lança amanhã o livro de poemas Batom d;Amor, recheado de palavras que podem ser encontradas entre as possibilidades das relações amorosas. O poeta resgata ainda o compromisso com a representação afro-brasileira na literatura e lembrar das mulheres que fizeram parte de sua vida para buscar a inspiração que ganha vida nas páginas.
Na obra, Amâncio passa por suas paixões, amores e outros enlaces sentimentais. ;O romantismo de um boêmio lupiciniano numa viagem aos bares, becos e submundo é a temática dos poemas;, destaca o autor. Para o autor, a boêmia é um estilo de vida, cheia de charme, de segredos, de submundos, de descobertas. ;Eu vivi nesse universo com poetas, noctívagos, amantes, artistas e sonhadores, em Batom a noite me escolheu, a Boêmia me acolheu e a poesia chegou sem pedir licença sem perguntar o motivo;.

O livro é escrito entre a atmosfera e o clima da noite nos anos 1980 em Brasília. Amâncio, fiel frequentador dos bares da cidade, criou seus poemas entre guardanapos, pedaços de papel, trechos perdidos e datilografados. A organização dos poemas ficou por conta do jornalista Marcelo Sirkis, que fez a cópia original, resgatada anos depois pelo autor, ainda em diquete. "Inúmeras pessoas participaram comigo nesta universidade que é a noite brasiliense. Agradeço a todas pelos poemas, pelo poeta, pelo boêmio aposentado que hoje sou", destaca o poeta.
Brasília é o cenário de Batom, o Beirute, o Bar do Luiz, o Castelinho, o Sereia, o Cavalo de Ferro e o Jangadeiro são palcos constantes das noites brasiliense dos anos 80 que marca o fim dos senadores biônicos, o fim de uma Brasília provinciana onde as festas, a sua noite dependia de uma passagem pelo Beirute. ;O Conic explodia em política tinha a Praça Vermelha, as inúmeras casas de tolerância, o bar da Raimunda. A cultura viva no Jegue Elétrico com suas novidades, o Teatro Dulcina o Belas Artes e a livraria Presença;, Amâncio.
Duas Perguntas para Jorge Amâncio

Como foi o processo criativo para a escrita do seu livro?
Batom d;amor e Morte é um livro etílico, sim etílico, ele foi escrito num processo onde o álcool era o combustível básico para viver. Não existia vida inteligente longe da mesa de um bar. Numa época em que os bares de Brasília não fechavam cedo e a música era presença obrigatória em todos os bares e lupanares. Pedaços de papel, guardanapos e onde cabia uma escrita foi usado para construir o universo de Batom d;amor e Morte. Poemas eram escritos sem a mínima preocupação de serem poema, apenas rabiscos, lamúrias, momentos etc. O jornalista Marcelo Sirkis, numa conversa no bar Belas Artes, do Ivan da Presença, no ainda sobrevivente Conic, assume a captura, a organização dos poemas, os quais foram copiados para um disquete, só anos depois pude ver o resultado, graças a esta cópia feita pelo Sirkis pude resgatar e transformar o projeto em livro.

Qual a importância da Feira do Livro para os autores da cidade?
O livro livre é o livro lido. A Feira nos traz essa oportunidade de libertar os nossos livros de torná-los lidos. Você ter a oportunidade de encontrar poeta e escritores conhecidos nacionalmente, conhecer outros escritores outros poetas, conviver com o novo e assistir o nascimento de um pequeno leitor, torna eventos como este de uma importância capital para a comunidade brasiliense. Sinto a falta de saraus, de muitos saraus literário numa cidade de saraus, pois toda regional tem mais de um coletivo que realizam periodicamente saraus.

Serviço
Lançamento do livro Batom d;amor e morte, de Jorge Amâncio, na 33; Feira do Livro de Brasília, no shopping Pátio Brasil; dia 23 de junho, de 16h às 18h.

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