Economia

Setor de eletrodomésticos prepara aumentos

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postado em 07/05/2008 09:15
Passado o Dia das Mães, será a vez de a indústria de eletrodomésticos reajustar preços de fogões, geladeiras e lavadoras de roupa e de louça por conta da alta do custo de chapas de aço, resinas plásticas e frete. "Há muito tempo não víamos uma pressão de custos tão alta no setor eletroeletrônico como a que está ocorrendo neste momento. No governo Lula isso ainda não tinha acontecido. Não tem outro jeito, a indústria eletroeletrônica vai ter de repassar aumento de custos para preços", afirma Lourival Kiçula, presidente da Eletros, associação que reúne os fabricantes de produtos eletroeletrônicos. De janeiro até agora, segundo ele, o preço da chapa de aço subiu entre 15% e 25%. "A indústria que faz a chamada linha branca, como geladeiras, está sofrendo mais do que a que faz a linha marrom, como TVs e DVDs, pois usa mais aço. Mas os fabricantes de televisores também são atingidos, pois também subiram os preços do frete e de embalagens", diz. Um dos maiores fabricantes de eletrodomésticos do país informa que a nova tabela de preços deverá ser apresentada ao comércio neste mês ou em junho por conta da alta de custos. A companhia confirma que os preços do aço subiram até 25% desde o início do ano e que neste momento tenta negociar reajustes entre 15% e 25% com os fabricantes de resinas. Os fabricantes de eletrodomésticos terão mais facilidade para reajustar preços porque a importação desse tipo de produto ainda é pequena. No caso de televisores, DVDs e aparelhos de som, pode haver mais dificuldade para repasses, já que o comércio pode optar por trocar por itens importados. Kiçula diz que a indústria eletroeletrônica brasileira passa por um momento complicado, pois enfrenta pressão de aumento de custos, concorre cada vez mais com importados dentro do país e tem cada vez mais dificuldade para competir no exterior. "A Turquia está ganhando do Brasil em exportação para a Argentina", diz. "De fato, os custos da indústria estão mais altos, principalmente por conta da alta do preço do aço. Mas não está fácil fazer repasses porque a concorrência com produtos importados está cada vez maior, com a valorização do real em relação ao dólar", afirma Humberto Barbato, presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica). A pressão por aumento de custos, segundo ele, ocorre principalmente entre os fabricantes de material elétrico, equipamentos industriais e de produtos para geração, transmissão e distribuição de energia. "A idéia é não fazer reajustes, mas cada indústria vai ter de negociar com seus clientes para ver onde é possível ceder e se é possível ceder", afirma. Custos Os fabricantes de embalagens plásticas estão pagando entre 8% e 12% mais pelas resinas a partir deste mês, segundo Synésio Batista da Costa, presidente da Abraflex, associação de fabricantes de embalagens laminadas flexíveis. "A necessidade do setor, como conseqüência, é de repasse de 12% para os preços de embalagens para biscoitos, café, chocolates entre outros. Já estamos negociando essa alta com os clientes. Os fabricantes de resinas não têm dó de ninguém", diz. Costa, que também é presidente da Abrinq, associação de fabricantes de brinquedos, afirma que a situação se repete nos dois setores. "Todos os brinquedos de plástico serão reajustados em cerca de 8,5%. Não tem jeito."

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