Economia

Fuja dos sete pecados do cartão de crédito

Consumidores são iludidos pelas vantagens do dinheiro de plástico, acabam se endividando e com o nome sujo nos cadastros negativos

postado em 20/07/2008 16:39
O dinheiro de plástico tem seus encantos, mas está cercado de perigos por todos os lados. Em especial para o consumidor que enche a carteira de cartões e perde o controle das despesas. Só paga o valor mínimo da fatura. Considera o limite como renda e faz compras em nome de terceiros. São alguns dos sete pecados dos usuários de cartões de crédito que acabam transformando essa modalidade de financiamento num abismo financeiro. As pessoas são empurradas para o endividamento do crédito rotativo. Arcam com juros extorsivos e por incapacidade de pagar a dívida ficam inadimplentes. O resultado é o nome sujo nos órgãos de negativação de crédito. É o preço de se entregar aos prazeres do consumo e arcar com os pecados. Os números confirmam o boom do dinheiro de plástico no Brasil. Pelos dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito (Abecs) existem no país 466 milhões de cartões. As transações somaram R$ 2,8 bilhões no primeiro semestre deste ano. Um crescimento de 20%em relação ao mesmo período de 2007. São clientes como a tesoureira Tereza Cristina Pimentel dos Santos. Com cinco cartões na carteira, ela pode ser considerada uma equilibrista do crédito. "Sou bem consciente. Se faço uma despesa parcelada espero terminar de pagar para fazer outra, e só compro dentro do meu limite", diz orgulhosa. Mesmo com tanta disciplina, Cristina caiu numa armadilha. Sem querer praticou um dos sete pecados. Uma amiga pediu para fazer uma compra no seu cartão e na data de vencimento não pagou. Resultado: a tesoureira entrou no crédito rotativo e teve que arcar com os encargos financeiros, além de juros sobre juros na fatura do mês seguinte. "Decidi quitar a dívida para evitar a bola de neve. Depois consegui receber a parte que minha amiga devia", conta. O episódio serviu de lição: "Agora não compro mais no cartão para terceiros", avisa. Limite Outro pecado fatal é confundir o cartão de crédito com renda. Explicando melhor. O consumidor usa o limite disponível para consumir além do quecabe no orçamento. Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Associação Pro Teste de Defesa do Consumidor, lembra que as facilidades do cartão muitas vezes estimulam os gastos desnecessários. "Planeje as compras. Evite cair na tentação de comprar sem precisar e rolar a dívida no cartão. Lembre-se que quanto mais cartão dentro da bolsa, mas chance de ficar inadimplente", alerta. Mas existem os "pecadores" que esbanjam nas compras. Se iludem com a possibilidade de refinanciar a dívida do cartão sem ter como pagar. Ao chegar nessa situação o consumidor deve puxar o freio de arrumação e se afastar dos pecados. A primeira coisa a fazer é retirar os cartões da bolsa. Aposentá-los até quitar o último centavo do débito. Maria Inês recomenda que o usuário com a corda no pescoço procure a administradora do cartão para negociar a dívida. "É importante ficar atento para não fechar um acordo desvantajoso, com juros altíssimos e parcelas elevadas". CARTÃO DE CRÉDITO Os sete pecados Só efetuar o pagamento mínimo Se você é daqueles que não consegue quitar o saldo do seu cartão e segue pagando apenas o valor mínimo exigido na fatura, saiba que é muito difícil quitar a sua dívida Considerar o limite do cartão como renda Lembre-se que crédito não é renda. Muitas pessoas usam o limite do cartão para arcar com despesas correntes, como supermercado e farmácia, sem ter noção de que aos poucos estão perdendo o controle financeiro Gastar sem planos de pagar a dívida Muitos consumidores gastam sem qualquer tipo de planejamento sobre como irão pagar a dívida do cartão. Evite o efeito "bola de neve" e programe quitar a sua dívida integralmente nos próximos 90 dias Pagar a fatura com atraso Se você vai pagar o valor mínimo, evite atrasos. Nesses casos os encargos são ainda maiores porque você precisa arcar com multa de mora de 2%, o que aumenta a sua dívida Ignorar o quanto deve Empurrar a dívida com a barriga, ou evitar encarar o problema não é a solução. Quandoa sua próxima fatura chegar evite olhar apenas para o valor mínimo. Procure se informar sobre o total de suas dívidas e estabeleça uma meta de quitação Deixar o cartão na bolsa Se você não consegue se planejar para quitar a dívida e não resiste à tentação de gastar, não pense duas vezes e quebre o cartão Compartilhar dívidas Evite fazer dívidas em nome de outras pessoas. Lembre-se: a inadimplência é maior entre amigos, parentes e conhecidos porque as pessoas se sentem mais confortáveis em atrasar um pagamento a um amigo do que na loja ou banco Fonte - Associação Nacional dos Usuários de Cartões de Crédito

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