Economia

Em meio à crise, Bolsa tem mais investidores individuais

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postado em 15/12/2008 08:48
A crise financeira não espantou o investidor de varejo do mercado acionário. Ao contrário. O que tem sido notado nos últimos meses é a ampliação do número de investidores pessoa física na Bolsa de Valores de São Paulo. Em novembro, a Bovespa contabilizou 548,7 mil investidores pessoa física cadastrados. Em outubro, eram 542,1 mil registros. Em maio, quando a Bovespa atingiu seu pico histórico, havia 486,7 mil investidores individuais cadastrados. O investidor pessoa física também assumiu a liderança das operações realizadas nos pregões. A categoria respondeu por 34% do total negociado na Bovespa em novembro, deixando para trás os estrangeiros (que responderam por 33,5% do total) e os investidores institucionais (23,8%). A categoria não assumia a liderança dos negócios desde 2004. Até o fim da década de 90, a participação do investidor pessoa física no total girado na Bolsa de Valores se manteve em torno dos 15%. "A crise educou as pessoas na marra. Quem não estava preparado para as oscilações do mercado acionário levou uma pancada e ficou com uma lição", diz Mauro Calil, professor e educador financeiro. Desde 2002 a Bovespa não enfrentava um período de perdas. Entre 2003 e 2007, o índice Ibovespa, o mais relevante do mercado acionário brasileiro, se apreciou em 467%. Neste ano, a desvalorização da Bolsa está acumulada em 38,37%. "Há pessoas que estão vendo que o mercado já caiu bastante e criou oportunidades. Outras, que entraram no pico da Bolsa, viram os ativos se depreciarem muito e estão à espera de uma melhora do mercado", diz Calil. Além de não estar havendo fuga dos investidores individuais do mercado acionário, o crescimento registrado neste ano é bastante significativo. Em dezembro de 2007, havia 456,5 mil investidores individuais cadastrados na Bolsa. Ou seja, mesmo neste ano, marcado por um forte crise, houve um aumento de 20% no número de participantes do mercado acionário doméstico.

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