Economia

Mantega: plano de Obama não resolve problema dos ativos podres

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postado em 11/02/2009 16:28
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o plano econômico aprovado ontem pelo Congresso dos EUA não resolve o principal problema da economia norte-americana, que são os ativos podres dos bancos internacionais. O Senado dos EUA aprovou ontem um plano de recuperação de quase US$ 840 bilhões elaborado pela equipe do presidente Barack Obama. O plano foi apresentado de forma genérica e frustrou as expectativas do mercado financeiro. "Eu diria que o governo americano ainda não conseguiu dar uma resposta adequada para o maior problema desta crise financeira, que são os ativos podres dos bancos. Tanto que o mercado reagiu mal à proposta, não achou suficiente", disse Mantega ao deixar nesta quarta-feira o Ministério da Fazenda, em Brasília. "Essa questão não foi resolvida com a proposta que foi anunciada pelo secretário do Tesouro, Timothy Geithner." Brasil O ministro avalia que o problema de falta de crédito provocado pela crise ainda persiste, mas já apresenta sinais de melhora, tanto no Brasil como no exterior. Mantega afirmou que alguns bancos brasileiros já estão conseguindo rolar entre 60% e 70% dos seus vencimentos de créditos internacionais. "O crédito no interbancário já retornou, mesmo que de forma modesta. Já há possibilidade de rolar alguns créditos no mercado internacional, coisa que não acontecia dois, três meses atrás", afirmou. "Melhorou, mas está aquém daquilo que é desejável." No mercado interno, ele disse que o sistema financeiro já trabalha no mesmo patamar de antes da crise, com exceção dos bancos pequenos e médios, que ainda enfrentam dificuldade na obtenção de crédito. O ministro destacou também os empréstimos de até US$ 36 bilhões das reservas internacionais, que começam a ser feitos para empresas brasileiras pelo Banco Central ainda neste mês. "Com isso, estaremos atendendo a uma escassez de crédito que ainda persiste na economia brasileira. Mas está melhorando. Tanto que a economia já está dando sinais de alguma reação positiva. O problema em parte são as taxas de juros que têm de cair para viabilizar um crédito mais barato."

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