Economia

Aumenta risco de calote das empresas

Índice calculado pela Serasa sobe pelo terceiro mês consecutivo

postado em 27/10/2009 08:00
Luiz Rabi, gerente de indicadores da Serasa: qualidade do crédito das pequenas empresas deve melhorar até o início de 2010O risco de inadimplência das pessoas jurídicas aumentou 0,2% no terceiro trimestre de 2009. Com o resultado, desde o início da crise mundial, a possibilidade de uma empresa não arcar com as dívidas subiu 0,28 ponto percentual e chegou a 4,5%. É a terceira alta consecutiva, o que deixa o indicador de qualidade de crédito das empresas, medido pela Serasa Experian, no pior patamar desde o primeiro trimestre de 2007, início da série histórica.

As maiores possibilidades de inadimplência estão na Região Norte, nas micro e pequenas empresas (MPEs), que são mais de 90% dos CNPJs do país, e no comércio. A constatação é do mesmo indicador, que mede as possibilidades de não pagamento de financiamentos e empréstimos no Brasil. ;Isso ainda deve piorar um pouco na próxima avaliação, mas esperamos que até o início do ano que vem a qualidade do crédito das MPEs começe a reagir e o indicador volte a melhorar;, pondera o gerente de indicadores da Serasa Experian, Luiz Rabi.

O setor de serviços foi o menos afetado pela crise e tem a menor taxa de risco, 3,8%. O comércio figura no fim do ranking, com 5,78%. Na avaliação regional, Norte (8,2%), Centro-Oeste (6,3%) e Nordeste (5,22%) estão acima da média nacional. ;Se compararmos as taxas dessas regiões com os números de um ano atrás, além de terem uma qualidade de crédito mais baixa, são os locais onde houve a maior piora;, afirma Luiz Rabi.

Índice calculado pela Serasa sobe pelo terceiro mês consecutivoDe acordo com o economista Fábio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), os dados do Banco Central (BC) também registraram crescimento da inadimplência até agosto, último resultado divulgado. Entre os consumidores, 8,4% deles estão com débitos com atraso de até 90 dias. Já pessoas jurídicas registram taxa de 2,2% de atraso no período. ;Houve um aumento de inadimplência no crédito pré-fixado. Registramos uma tendência de crescimento desde agosto do ano passado;, relata Fábio.

Na avaliação do professor de economia e finanças da Trevisan, Alcides Leite, a continuidade dessa trajetória de alta na inadimplência é uma herança do período de crise. ;Estamos em uma situação em que a pequena e a média empresa sofrem um pouco mais por uma dificuldade de acesso a crédito, o que gera problemas para manter capital de giro;, explica.

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