Economia

Indústria e comércio preveem recordes

Apesar de todos os ganhos, empresas esperam as adiadas reformas para ampliar as contratações

postado em 01/05/2010 07:00
Previsões do governo, do setor produtivo e do comércio dão conta de que o Brasil vai criar mais de dois milhões de empregos formais em 2010, fato que coloca o país entre as nações com mercado de trabalho mais fortalecido um ano depois da crise que abalou o mundo. Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, a retomada das contratações com carteira assinada reflete a passagem de uma situação de turbulência para uma zona de conforto econômico, calcada no consumo interno e em políticas de recomposição de renda, como o reajuste do salário mínimo. ;Tudo isso permitiu uma mudança do perfil social do país. Permitiu também que um contingente muito grande de brasileiros integrasse a classe C, fortalecendo ainda mais o consumo e gerando ainda mais oportunidades;, diz. Monteiro avalia que a melhora do mercado de trabalho coincide com a estabilidade econômica do país, que conseguiu reagir melhor à crise do que as nações mais ricas. A consequência disso, constatou, foi a redução da informalidade e das quilométricas filas de desempregados. ;Hoje, temos a taxa de desemprego que é a mais baixa da história brasileira e a menor dos países do G -20. Esse, sem dúvida alguma, é um dado a se comemorar;, elogia. O otimismo da indústria é seguido pelo governo, que prevê um novo recorde na criação de postos de trabalho de carteira assinada no país. ;Vamos viver, em 2010, o melhor ano, com 2,5 milhões de empregos gerados. Isso significa que, enquanto o mundo todo ainda está com dificuldade de sair da crise, o Brasil está abrindo vagas formais;, afirma o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Segundo explica, os mais de 600 mil trabalhadores que conquistaram a formalidade nos três primeiros meses já correspondem à 30% da meta de carteiras assinadas para o ano. Um empurrão a mais deve vir do varejo que, tradicionalmente, puxa as contratações a partir do segundo semestre do ano. ;Neste ano, temos batido recordes e mais recordes nas vendas do comércio. Com isso, acredito que também o emprego no setor deve ser o maior de todos os tempos em 2010;, projeta o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas Gomes. Para ele, a redução do percentual de desempregados pouco acima de 7% da população com idade e disposição para o trabalho, o menor nível entre os países do G-20, é um fato a se comemorar, mas não pode ser encarado como um desafio vencido. ;Faltam as reformas;, assinala. Ouça a entrevista com o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro

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