Economia

Eleição testa credibilidade

postado em 14/06/2010 07:00
Apesar do sucesso que vem fazendo mundo afora e da credibilidade conquistada nos últimos anos, não há espaço para malabarismos ou escorregões na condução da política macroeconômica. Esse recado vem sendo difundido pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e tem como alvos preferenciais os três principais candidatos à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: a petista Dilma Rousseff, o tucano José Serra e a verde Marina Silva.

Dentro do BC, a análise é de que, mesmo preocupados com o que acontecerá a partir de janeiro de 2011, os investidores veem hoje o Brasil com o processo de estabilidade consolidado. O sinal mais evidente disso está no mercado financeiro. Nem de longe se vê a disparada dos preços do dólar e a derrocada da bolsa de valores que marcaram 2002, diante do descrédito quanto ao que seria a administração Lula.

Assim, ressalta o diretor de Assuntos Internacionais do BC, Luiz Awazu Pereira da Silva, em vez de sofrer por causa da instabilidade, o Brasil está dando lição de eficiência no Conselho de Estabilidade Financeira (FSB), que está debruçado sobre o desenvolvimento de políticas de regulação e supervisão bancária. O assento no FSB está sob a responsabilidade do Banco Central. Mas não é só. Em janeiro deste ano, o Brasil passou a participar, formalmente, do Conselho Diretor do Banco de Compensações Internacionais (BIS), o BC dos bancos centrais. O país e a China são os dois únicos emergentes com presidentes dos bancos centrais a terem votos decisivos no BIS.

Mercosul
Na avaliação de Awazu, ;o Brasil tem o que mostrar tanto no aspecto financeiro quanto na regulação global;. Ele ressalta que o motor da crise internacional de 2008 e 2009 foi o excesso de crédito ruim, concedido sem critério nos países desenvolvidos, aliado à falta de percepção do risco real pelo sistema financeiro, que estava superalavancado. O Brasil, por sua vez, dispunha de regras prudenciais claras e severas, coibindo os bancos de fazerem operações acima da capacidade de honrarem os compromissos. Por isso, avalia o diretor do BC, o país se saiu bem e rápido da crise.

Mas, além do destaque entre os grandes países, o Brasil ainda tem um papel de liderança regional. Desde março deste ano, o presidente do BC ocupa o cargo de presidente do Conselho Consultivo das Américas (CCA), criado em 2008 e integrado por seis bancos centrais da região: Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Estados Unidos e México. No âmbito do Mercosul, o Brasil está tratando de desenvolver instrumentos para facilitar o comércio no bloco, como o pagamento das transações em moedas locais ; essa regra já está em vigor entre o país e a Argentina. (VC)

Chineses compram parte do Club Med
Os chineses não estão para brincadeira. Sentados sobre reservas internacionais próximas de US$ 2,5 trilhões, não param de comprar empresas pelo mundo, inclusive no Brasil. Ontem, foi a vez de a companhia de investimentos da China, a Fosun International, anunciar a aquisição de 7,1% do capital acionário do Club Med, grupo francês especializado em hotelaria turística. Por meio de uma nota conjunta, as duas empresas afirmaram que a Fosun tornou-se um dos principais investidores estratégicos do Med. O valor oficial do negócio não foi divulgado, mas o mercado estima que tenha movimentado 25,6 milhões de euros (US$ 31 milhões). O objetivo do Club Méditerranée é se tornar o principal operador de resorts no mercado chinês. As receitas com turismo da China totalizaram US$ 146 bilhões em 2009.

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