Economia

Térmicas querem mais prazo

Rosana Hessel
postado em 02/03/2011 08:31
O voo do grupo Bertin, que tentou ampliar os negócios dos frigoríficos para o setor de energia, vem causando constrangimentos para o governo. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ainda não decidiu se vai aceitar o pedido, feito pelo conglomerado, de adiamento dos prazos para o início da entrega de energia de suas seis usinas térmicas localizadas na Bahia. A demora nas obras do setor aumenta o risco de novos apagões, cada vez mais constantes nos centros urbanos.

Em setembro de 2008, o grupo levou seis das 10 usinas termelétricas leiloadas e deveria começar o fornecimento em janeiro deste ano. A multa pelo atraso pode chegar a R$ 13 milhões por mês. O grupo culpa o governo pela demora na concessão das outorgas e licenças. Relator do processo, o diretor da Aneel Edvaldo Santana alegou que a própria empresa demorou 95 dias para esclarecer uma dúvida.

No meio das divergências, o diretor André Pepitone da Nóbrega pediu vista. ;Preciso de tempo para analisar com calma o processo;, justificou. O grupo Bertin também fazia parte do consórcio da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), mas acabou saindo recentemente. A obra está com o cronograma emperrado devido a pendências ambientais.

De acordo com Santana, desde o ano passado, cerca de 15 termelétricas estão atrasadas na entrega de energia, gerando um prejuízo de R$ 330 milhões para o sistema. Por enquanto, as próprias geradoras estão preenchendo essa lacuna, mas a falta de uma punição mais dura já levanta a necessidade de revisão das regras dentro da Aneel. ;Quem está suprindo o fornecimento não está sendo pago, o que poderá ser um problema futuro;, disse ele lembrando que é necessária a revisão das regras para a comercialização de energia.

Energia sobe até 11,8% no Rio
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem, em reunião pública, o reajuste da Ampla, distribuidora presente em 66 municípios do Rio de Janeiro. O aumento, com base no Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), nos encargos e nos custos relacionados ao serviço, foi de 10,57% para as residências e de 11,8% para as indústrias. As novas tarifas entrarão em vigor em 15 de março para 2,3 milhões de consumidores fluminenses.

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