Economia

Solvência de países da Eurozona não deve ser considerada um evidência

Agência France-Presse
postado em 13/07/2011 09:52
Roma - O presidente do Banco da Itália e futuro presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, advertiu nesta quarta-feira (13/7) que a solvência dos Estados não é mais uma evidência, e defendeu um corte maior dos gastos públicos no plano italiano de austeridade. "A solvência dos Estados soberanos não deve ser considerada um fato, e sim deve-se ganhar espaço com um crescimento alto e sustentável, o que só é possível com contas públicas em ordem", declarou na assembleia da associação bancária italiana em Roma.

De acordo com Draghi, é "indispensável" que os países ajudados pela união monetária e pelo FMI - Grécia Irlanda e Portugal - "mantenham os esforços significativos feitos até agora em termos de redução do déficit. Em nenhum país há alternativa a um saneamento orçamentário confiável", afirmou.

Neste sentido, Draghi pediu uma redução dos gastos públicos maior no plano de austeridade fiscal que o Parlamento italiano pretende aprovar para evitar um contágio da crise da dívida.

O plano de ajuste italiano, de 40 bilhões de euros, prevê um quase equilíbrio fiscal em 2014. O governo articula um decreto que introduza a redução dos gastos públicos, além de uma lei de reforma fiscal, que permitirá aumentar a arrecadação nos próximos anos com cortes nas isenções fiscais.

O governo definiu as bases da reforma fiscal, mas as medidas medidas concretas devem ser definidas nos próximos meses.

"É preciso definir rapidamente o conteúdo das medidas suplementares destinadas a alcançar o equilíbrio orçamentário em 2014. Os mercados estão vigiando isto hoje. Se não atuarmos igualmente em outros gastos, além dos que já estão previstos que serão reduzidos no momento, o recurso à lei de reforma fiscal para completar o plano de austeridade 2013-2014 implica um aumento de impostos", concluiu.

Segundo o ministro italiano da Economia e das Finanças, Giulio Tremonti, o plano italiano deve ser reforçado e aprovado até sexta-feira (15/7) pelo Parlamento.

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