Economia

Alemanha já vê Grécia declarar moratória e deixar a Zona do Euro

postado em 11/09/2011 09:12
Berlim ; O governo da Alemanha está se preparando para o caso de a Grécia declarar moratória e deixar a Zona do Euro, voltando a adotar seu antigo padrão monetário, o dracma. A informação foi publicada ontem pela revista alemã Der Spiegel, em meio a rumores de que o governo grego poderia anunciar neste fim de semana a suspensão dos pagamentos de sua dívida.

Segundo a revista, a hipótese é considerada em uma simulação dos cenários que podem surgir em caso de uma moratória grega. O primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, no entanto, disse que está determinado a manter seu país na Zona do Euro e que fará tudo o que for preciso para cumprir os compromissos acertados com os credores. ;Nossa prioridade é um caminho seguro, salvar o país da bancarrota;, afirmou, em discurso a empresários na cidade grega de Tessalônica, onde milhares de pessoas protestavam nas ruas contra as medidas de austeridade adotadas pelo governo.

No mesmo evento, o ministro grego das Finanças, Evangelos Venizelos, disse que os próximos dois meses ;serão decisivos para a existência do país; e afirmou que o gabinete não vai ceder diante da pressão da opinião pública. Os boatos de moratória cresceram porque a Grécia não vem conseguindo cumprir as metas de redução do deficit fiscal acertadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia como contrapartida a um plano de socorro financeiro que, por esse motivo, pode ser suspenso.

A chanceler alemã, Angela Merkel, que enfrenta forte pressão política interna para adotar uma atitude mais dura com países endividados, disse que o governo grego tem de cumprir as metas fiscais para continuar a receber ajuda, mas pediu paciência diante das dificuldades que ele enfrenta para se ajustar.

De acordo com a reportagem da Der Spiegel, uma eventual
moratória da Grécia obrigaria as autoridades da Zona do Euro a acionar o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEES) para abrandar os impactos da decisão em outros países e no setor bancário do continente. Estimativas atribuídas ao FMI apontam a necessidade de uma capitalização dos bancos no valor de 200 bilhões de euros. Ontem, porém, a dirigente da instituição, Christine Lagarde, disse que o assunto ainda está em estudo e que esse é um número provisório.

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