Economia

Apesar do adiamento, IPI para importados ajudou indústria, diz Mantega

postado em 25/10/2011 18:33
Apesar de adiado para dezembro, o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os veículos importados ajudou a indústria nacional, disse nesta terça-feira (25) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, embora o reajuste não tenha entrado em vigor, a medida interrompeu o crescimento da venda de importados e provocou a antecipação de investimentos de montadoras estrangeiras no país.

;Depois que anunciamos a medida, observamos dois efeitos. As empresas já instaladas no Brasil passaram a anunciar novos investimentos e empregos. Além disso, empresas que estão importando também manifestaram o desejo de instalar fábricas no país;, declarou o ministro após reunião com o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini.

Segundo Mantega, o reajuste em 30 pontos percentuais do IPI de veículos de fora do Mercosul e do México também ajudou a conter o crescimento da importação. ;Antes da medida, eram 70 mil [veículos] importados ao mês vendidos no Brasil. O crescimento ia ocupar todo o aumento de demanda previsto para este ano. As empresas iam parar de investir aqui e migrariam para outro lugar;, declarou.

Embora alguns países tenham reclamado da elevação do IPI na Organização Mundial do Comércio (OMC), o ministro descartou o risco de problemas diplomáticos para o Brasil. ;Alguns países apenas pediram informações, o que não significa ação aberta contra Brasil;, alegou Mantega. Ele disse ainda que diversos países têm tomado medidas semelhantes sem serem questionados na OMC. ;Os Estados Unidos, a China, a Índia e vários países têm recorrido a medidas protecionistas;, ressaltou.

O presidente da Anfavea anunciou o investimento de US$ 21 bilhões na indústria automotiva brasileira até 2014. Ele, no entanto, não informou quanto desse valor efetivamente decorreu do aumento do IPI. ;É difícil quantificar, mas poderia ter ocorrido anúncios de desinvestimentos se o governo não tivesse tomado essa medida;, disse Belini.

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