Economia

Taxa média de juros para famílias e empresas atinge menor nível da série

postado em 26/09/2012 11:12
As taxas de juros das operações de crédito continuaram a cair em agosto, com inadimplência estável, de acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (26).

De julho para agosto, a taxa para as pessoas físicas caiu 0,6 ponto percentual, para 35,6% ao ano, a menor da série histórica do BC iniciada em 1994. No caso das empresas, houve redução de 0,5 ponto percentual, para 23,1% ao ano, o menor nível desde dezembro de 2007 (22,9% ao ano). Com isso, a taxa média para empresas e pessoas físicas ficou em 30,1% ao ano, o menor nível da série histórica do BC, iniciada em 2000.

Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, a redução das taxas de juros tem sido ;bastante expressiva;, em trajetória de queda pelo sexto mês seguido. Segundo ele, na divulgação dos dados de crédito no mês passado, as informações sobre julho indicavam ;esgotamento; do processo de queda das taxas de juros e os dados preliminares de agosto mostraram estabilidade, mas não foi o que ocorreu. ;Ao se encerrar o mês, houve continuidade do movimento [de queda de juros];, disse.

[SAIBAMAIS]O spread, diferença entre a taxa de captação dos recursos e a cobrada dos clientes nos empréstimos, caiu 0,7 ponto percentual e chegou a 27,7 pontos percentuais para as pessoas físicas. No caso das empresas, houve queda de 0,3 ponto percentual e o spread chegou a 15,7 pontos percentuais. A inadimplência (como são considerados os atrasos superiores a 90 dias) das famílias permaneceu em 7,9%. As empresas apresentaram taxa de inadimplência de 4,1%, aumento de 0,1 ponto percentual em relação a julho.



Segundo Maciel, a tendência é o recuo da inadimplência até o final do ano, devido ao crescimento da renda e do emprego. ;Além da renda e do emprego, o recuo do custos dos empréstimos e as renegociações [de dívidas] observadas nos últimos meses também contribuirão para redução da inadimplência nos próximos meses;, acrescentou. De acordo com ele, o crédito consignado, por ter taxa de juros mais baixa, tem sido usado nas renegociações das dívidas. A taxa de juros do crédito consignado chegou a 23,6% ao ano, em agosto, com redução de 1 ponto percentual em relação a julho. Já a taxa média de todas as operações de crédito pessoal ficou em 39,4% ao ano, em agosto, com redução de 0,5 ponto percentual.

Segundo o BC, o consignado representa 59,1% das operações de crédito pessoal. Maciel destacou que essa participação está crescendo. Em janeiro, era 58,5% e em julho, 59%. Maciel acrescentou que a inadimplência atual reflete operações efetuadas em outros períodos. Por isso, segundo ele, as recentes reduções de taxas de juros ainda irão se refletir mais efetivamente na inadimplência.

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