Economia

Planos de saúde lideram ranking de queixas do Idec em 2012

O setor financeiro - bancos, cartões de crédito, crédito e consórcios - é o segundo colocado na lista do Idec

postado em 04/03/2013 19:31
Brasília - Os planos de saúde lideram mais uma vez o ranking de queixas recebidas pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) no ano passado. Segundo o relatório anual do instituto, divulgado hoje (4), 20% dos atendimentos em 2012 foram relacionados a reclamações sobre planos de saúde, como negativa de cobertura, reajustes e descredenciamento de prestadores de serviço. De acordo com o Idec, os planos aparecem no topo da lista pela décima primeira vez.

"Há mais de uma década os planos de assistência médica lideram o relatório de atendimentos do Idec, e o principal motivo é justamente o crescimento dos planos coletivos, ou falsos coletivos (oferecidos a pequenos grupos de consumidores), já que há ausência de regulação da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) para esses tipos de contratos", justifica o Idec, em nota.

O setor financeiro - bancos, cartões de crédito, crédito e consórcios - é o segundo colocado na lista do Idec. Cobranças indevidas de tarifas e de serviços não contratados estão entre as principais reclamações. Outras queixas dos consumidores são endividamento, taxa de juros, portabilidade de crédito e inscrição em cadastro de maus pagadores.

Em terceiro lugar, aparecem as reclamações sobre problemas com produtos, como celulares, eletroeletrônicos e eletrodomésticos da linha branca. Os consumidores queixam-se de defeitos, falha na garantia, falta de assistência técnica e descumprimento do prazo de entrega.

Telefonia é o quarto segmento com o maior número de queixas. Na telefonia móvel, a falta de sinal e a queda nas chamadas encabeçam as reclamações, enquanto na telefonia fixa são cobrança de minutos excedentes e por serviço não solicitado.

Os quatro setores que estão no topo da lista do Idec somam 59,1% dos atendimentos feitos por telefone, e-mail e pessoalmente. Em 2012, o Idec prestou 9.413 atendimentos, dos quais 5.413 sobre relações de consumo e 4 mil a respeito do andamento de ações judiciais. Para o Idec, grande parte dos problemas é decorrente de ;fiscalização ineficiente; dos órgãos reguladores e falta de investimento das empresas.

A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), que representa operadoras de plano de saúde, alega que o resultado do estudo é tendencioso. "A Abramge estranha os dados divulgados pelo Idec. Isso porque se trata de um instituto particular que vende serviços, especialmente para usuários de planos de saúde e, portanto essa mostra é viciada. E o resultado do estudo é tendencioso . Há mais de dez anos, o Idec insiste em acusar os planos de saúde de serem os campeões de reclamação, o que não corresponde à verdade", diz a entidade, por meio de nota.

A associação argumenta ainda que, em boletim anual divulgado recentemente pelo Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (órgão do Ministério da Justiça), os planos de saúde estão em 16; no ranking de reclamação.

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