Economia

Dois pedidos de demissão abalam a estrutura do Banco Central

Diretor mais importante do BC mostra descontentamento com a intromissão do Palácio do Planalto na condução da política de juros e coloca o cargo à disposição. Mas acaba cedendo a pedidos do chefe, Alexandre Tombini, e fica para evitar o estouro de uma crise no governo

Vicente Nunes
postado em 12/06/2013 09:03
Desde que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, tomou posse, a discordância dentro da instituição nunca foi tão latente. O desgaste com o mercado e com a sociedade, sobretudo depois que os índices de inflação estouraram o teto da meta de inflação, e a submissão da instituição ao Palácio do Planalto e ao Ministério da Fazenda levaram o diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton Araújo, a pedir demissão duas vezes. A primeira, conforme integrantes do governo, quando a presidente Dilma Rousseff estava na África do Sul, no fim de março; a segunda, durante a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em maio.

Carlos Hamilton discorda veementemente da posição da presidente Dilma de que juros não são instrumento mais adequado para conter a inflação

Os relatos sobre os pedidos de demissão de Hamilton foram colhidos com integrantes da equipe econômica e economistas do mercado que teriam ouvido a história de diretores do BC. Segundo eles, a tensão se instalou de vez no Banco Central em 27 de março, quando Dilma afirmou, em Durban, na África do Sul, não acreditar em ;políticas de combate à inflação que olhem a redução do crescimento econômico;.

Diretor mais importante do BC mostra descontentamento com a intromissão do Palácio do Planalto na condução da política de juros e coloca o cargo à disposição. Mas acaba cedendo a pedidos do chefe, Alexandre Tombini, e fica para evitar o estouro de uma crise no governo

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