Economia

Governo estuda acrescentar medida para beneficiários do seguro-desemprego

Será obrigatório que todo trabalhador que for sacar o benefício, se matricule em algum curso de capacitação oferecido pelo governo pelo Pronatec

Rosana Hessel
postado em 31/10/2013 16:32
Diante do aumento dos gastos do governo com seguro-desemprego em um momento em que a taxa de desemprego ainda está nos níveis mais baixos da história, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quinta-feira (31/10) que o governo vai dificultar ainda mais as regras para o seguro desemprego.

Sobre as novas regras, é obrigatório que todo trabalhador que for sacar o benefício, se matricule em algum curso de capacitação oferecido pelo governo pelo Pronatec, seja na rede S, como Sesc, Senai, seja nas escolas técnicas federais. "O curioso é que o salário desemprego cresce em uma situação favorável, apesar de aumentar o emprego", disse.

Antes, essa exigência era apenas na terceira vez que o cidadão entrava com o pedido do seguro. Desde 11 de outubro, a exigência mudou para a segunda vez, mas essa medida já vem sendo contestada judicialmente pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). ;Vamos chamar as centrais sindicais para discutirmos essa mudança no início da semana que vem;, disse o ministro, em entrevista coletiva. Ele não explicou quando essa nova regra entrará em vigor.

De acordo com o ministro, as despesas com seguro desemprego e abono cresceram, respectivamente, 10% e 17% este ano, aumentando as despesas para quase R$ 47 bilhões, praticamente 1% do Produto Interno Bruto (PIB).



Apenas o abono neste ano chega a R$ 24 bilhões, segundo ele. ;Há muita rotatividade nos trabalhos e também fraudes (quando o cidadão saca o seguro, mas continua trabalhando informalmente). Essa medida está sendo tomada para que possamos melhorar a qualificação do trabalhador para que ele permaneça mais tempo no emprego;, afirmou o ministro.

Mantega evitou comentar o péssimo resultado fiscal de setembro. As contas do governo central (que inclui Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência) fecharam com um saldo negativo de R$ 10,5 bilhões, o maior da história. "O governo está sempre preocupado em cumprir as metas fiscais e reduzir as despesas publicas e nesse sentido a gente está reduzindo as despesas com seguro desemprego e abono", afirmou.

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