Economia

Aprovada no Congresso, nova estatal custará R$ 1,3 bi aos cofres públicos

A presidente prega austeridade para agradar ao mercado, mas apoia no Senado a aprovação de gastos de caráter eleitoral

Antonio Temóteo, Paulo de Tarso Lyra, Daniela Garcia
postado em 20/11/2013 08:42
Dilma se reuniu com a base aliada para propor pacto fiscal
No mesmo dia em que a presidente Dilma Rousseff firmou um pacto de responsabilidade fiscal com os líderes dos partidos da base aliada, o Senado aprovou, com o aval do Palácio do Planalto, a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). O órgão, ligado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), custará R$ 1,3 bilhão aos cofres do Executivo somente em 2014. Também foi aprovada a abertura de mais 518 cargos comissionados no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), cujas gratificações variam de R$ 1.291 a R$ 2.548 e terão impacto de até R$ 17,2 milhões ao ano nas contas do governo, sem levar em consideração as despesas com encargos sociais. As duas propostas seguem para sanção de Dilma.

Essa contradição só aumenta a desconfiança dos investidores e dos empresários em relação ao real compromisso do governo com o controle das contas públicas. A presidente já tinha firmado um pacto fiscal em junho, em resposta aos protestos das ruas. De lá para cá, no entanto, a situação fiscal só se deteriorou, a ponto de o Brasil estar sob a ameaça de rebaixamento das agências de classificação de risco. Dilma acredita que o pacto fechado com parlamentares evitará a aprovação do ;pacote bomba; de R$ 60 bilhões no Congresso e, ao mesmo tempo, dará ao governo a imagem de responsabilidade que o mercado cobra, reduzindo as críticas à política fiscal durante as eleições de 2014.



Para parlamentares da oposição, os novos cargos serão usados para acomodar apadrinhados políticos. O líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP), questionou o porquê de Dilma decidir criar, ;às vésperas de uma disputa eleitoral;, uma nova agência reguladora. ;É muito dinheiro e muita gente contratada para funções que, de alguma forma, já estão sendo exercidas. Não é de se imaginar que os técnicos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que têm profunda ligação com o mundo real e aos quais o Brasil tem que ser eternamente grato, não produzam conhecimentos que cheguem aos estados;, criticou.

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