Economia

INSS e bancos aguardam o recadastramento de 15% do total de beneficiários

Governo e instituições financeiras insistem no modelo antigo da chamada "prova de vida"

postado em 20/01/2014 07:04
Mais de 4,7 milhões de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) têm pouco mais de um mês para provarem que estão vivos e continuarem recebendo o benefício. O prazo do recadastramento de senha, imprescindível para a continuidade dos depósitos, termina em 28 de fevereiro próximo, e não deve mais ser prorrogado, como ocorreu em agosto do ano passado. Os brasileiros que estão com o processo pendente correspondem a 15% do total dos segurados.

Após prorrogação do prazo em 2013, segurados têm somente até 28 de fevereiro para atualizar o cadastro e garantir a manutenção do benefício

Governo e instituições financeiras insistem no modelo antigo da chamada ;prova de vida;, mesmo com recorrentes problemas envolvendo idosos impossibilitados ; por doença ou dificuldade de locomoção ; de comparecerem às agências bancárias para realizar o processo. Existe a opção de o beneficiário contratar um procurador e cadastrá-lo no INSS, mas essa alternativa também exige que a pessoa tenha de sair de casa.

A pitoresca ;prova de vida; foi desenterrada em maio de 2012, após a atual gestão reunir indícios de que pagamentos estavam sendo feitos a pessoas mortas, além da constatação de benefícios distribuídos duas vezes para o mesmo contribuinte. ;Ninguém questiona a necessidade do recadastramento, mas esse processo precisa ser feito de forma mais humana;, comenta o professor da Universidade de Brasília (UnB) José Matias-Pereira, especialista em administração e finanças públicas.

Burocracia

O especialista defende ser claramente possível ter a informação de quem, de fato, não pode ir a uma agência bancária para garantir o benefício. ;Essas pessoas merecem um tratamento digno e a compreensão do Estado. Nada impede que elas recebam a visita de algum agente do banco ou do INSS em casa para o recadastramento;, sugere. ;O que não dá é para continuar criando dificuldades e sustentando uma burocracia ineficiente;, completa o professor.

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