Economia

Demora em investimentos emperra projetos no Vale do Silício brasileiro

Só recentemente multinacionais começaram a sondar oportunidades de negócios na região

postado em 11/02/2014 06:01
Trabalhadores extraem grandes blocos de quartzo em jazida de município goiano. A matéria-prima é usada na fabricação de filtros
Cristalina (GO)
; A maioria dos projetos privados de beneficiamento do quartzo extraído em Cristalina (GO) ; onde estão localizadas as jazidas de silício com grau de pureza superior a 99,99%, a maior do mundo ; está empacada por causa das indefinições em torno da legislação mineral. Enquanto o Congresso Nacional não vota o texto final do marco regulatório da mineração, encaminhado pelo governo no ano passado, os projetos que criam unidades de empresas de alta tecnologia permanecem no papel, adiando a exploração das vantagens do município goiano candidato a ser o Vale do Silício brasileiro.

O leque de possibilidades de agregação de valor aos cristais da cidade já é conhecido há muito tempo. Mas só recentemente multinacionais começaram a sondar oportunidades de negócios, como lâmpadas de LED, filtros especiais e, sobretudo, painéis solares. ;Todas essas intenções de investir dependem basicamente do marco regulatório para se converterem em projetos;, explica Simony Côrtes, consultora de mineradoras locais.

[SAIBAMAIS]O prefeito de Cristalina, Luiz Carlos Attié, vai mais longe e aposta na vinda dessas empresas para mudar o perfil da cidade, cuja produção no campo movimenta cerca de R$ 1,5 bilhão ao ano, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A ideia é manter a condição de maior Produto Interno Bruto (PIB) agrícola do país, mas agregando um ramo totalmente novo baseado no fornecimento de componentes usados pelas indústrias de materiais elétricos e eletrônicos.



;Curiosamente, o abastecimento de energia elétrica, a nossa mais grave deficiência para dar sustentação a um parque industrial e aos pivôs das lavouras, poderia ser sanado com o uso da energia solar produzida na própria cidade e usando painéis fotovoltaicos fabricados aqui;, observa Attié.

O empresário Eduardo Fernandes, dono de uma das maiores mineradoras de Cristalina, também apontou o disparate do silício encontrado em sua propriedade não ser convertido em placas geradoras de eletricidade. ;Se o custo de produção e de instalação de estações autogeradoras fosse baixo, ficaríamos independentes de geradores a diesel, que também poluem muito o meio ambiente;, ilustra.

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