Economia

Governo brasileiro não gasta mais do que arrecada, diz Guido Mantega

Ministro da Fazenda declarou que o país vem cumprindo as metas de superávit primário %u2013 economia nas contas públicas para pagar os juros da dívida

postado em 14/05/2014 19:56

O governo não gasta mais do que arrecada, disse nesta quarta-feira (14/5) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em audiência pública nas comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. ;Não há despesa maior do que a receita. Estamos fazendo superávit [primário] menor porque estamos fazendo política anticíclica [gastos para amenizar os efeitos de crises econômicas]. [Mesmo assim, o superávit] é um dos maiores do mundo;, disse.

O ministro referiu-se ao resultado primário, que exclui o pagamento dos juros da dívida pública, para justificar o esforço fiscal. Mantega declarou que o país vem cumprindo as metas de superávit primário ; economia nas contas públicas para pagar os juros da dívida. ;Fazemos superávit primário há 11 anos e seguiremos fazendo;, afirmou aos deputados. Para este ano, a meta do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) é economizar R$ 80,8 bilhões, equivalentes a 1,55% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país).

Mantega disse ainda que o momento não é oportuno para a aprovação da renegociação das dívidas dos estados e municípios, que pode ser votada no Senado, porque poderia passar impressão errada das contas públicas aos investidores estrangeiros. O ministro lembrou que se reuniu ontem (13) com representantes da agência de classificação de risco Fitch, que sinalizaram a manutenção da nota brasileira. Em março, outra agência, a Standard & Poor;s, rebaixou a nota do país, mas manteve o grau de investimento ; capacidade de um país não dar calote na dívida pública.



[SAIBAMAIS];Tivemos a Standard & Poor;s dizendo que estaríamos com descontrole nas contas públicas. Não é correto, mas influenciou na confiança. [O projeto de renegociação da dívida dos estados e municípios] tem os seus méritos, a questão é o momento em que deve ser aprovado. [A renegociação] deixa a falsa ideia de que vai causar descontrole [fiscal] à medida que vai introduzir redução dessa dívida, mudando o indexador. A questão fiscal é espinhosa, é de confiança;, declarou.

Por outro lado, o ministro defendeu a renovação da desoneração da folha de pagamento, política que beneficiou empresas e resultou em renúncia fiscal R$ 13,2 bilhões no ano passado. No primeiro bimestre deste ano, os custos dobraram ante igual período de 2013. ;Se depender de mim, vamos renovar essa desoneração. A General Eletric anunciou que vai fazer turbinas no Brasil para exportar à China em função da desoneração da folha. [A medida] deve ser estrutural;, disse.

Por fim, Mantega destacou o combate à inflação do governo. Ele ressaltou que 2003 foi o único ano em que o custo de vida ultrapassou o teto da meta estabelecida pelas autoridades econômicas. De acordo com o ministro, a inflação se aproximará do centro da meta à medida que houver desindexação da economia brasileira. ;Ainda temos resquício de indexação [sistema de ajuste de preços de acordo com índices oficiais]. Também tivemos choque de alimentos, com seca nos Estados Unidos. Subiu a inflação, mas o setor faturou e o Brasil produziu grãos Tivemos três anos de pressão inflacionária;, acrescentou.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação