Economia

Mercado de commodities fecha com alta do petróleo e do paládio

Em contrapartida, os chamados 'soft commodities' - açúcar, café e cacau - divergiram, com leve recuo

postado em 23/05/2014 16:59
Os preços globais de petróleo registraram alta nesta semana com o aquecimento da demanda nos Estados Unidos. O paládio bateu seu maior valor em três anos devido aos temores relativos aos estoques na África do Sul e na Rússia. Os metais industriais tiveram alta com os dados da indústria da China, maior consumidora do mundo.

Petróleo: Os contratos futuros de petróleo avançaram na última quinta-feira, com a reação do mercado à queda das reservas de petróleo bruto nos Estados Unidos.

O "light sweet crude", em Nova York, atingiu o pico mensal de 104,07 dólares o barril, enquanto o Brent alcançou a maior alta em dois meses e meio, de 110,55 dólares.

O Departamento de Energia dos Estados Unidos informou que as reservas de petróleo bruto do país chegaram a 7,2 milhões de barris na semana encerrada dia 16 de maio.

O mercado também se movimentou influenciado pelas preocupações relativas à Ucrânia e à Líbia e pelo crescimento econômico da Alemanha.

"Os contratos futuros de Brent mantiveram os níveis de 110 dólares o barril, em razão dos temores de um choque na oferta devido à violência na Líbia e na Ucrânia", disse o analista da Inenco oil, Chloe Bradley.

- Paládio bate recorde de três anos -

Metais preciosos: O paládio atingiu o seu pico em três anos, e a platina registrou a maior alta em oito meses, com as preocupações relativas à oferta pelas greves na África do Sul.

O preço do paládio saltou para 829,40 dólares por onça, o maior nível desde agosto de 2011, enquanto o paládio subiu para 1.496,88 dólares a onça.

"Ao contrário do que acontece com o ouro e com a prata, esses metais têm tido forte alta nos últimos meses por causa das preocupações com os estoques dos principais produtores do mundo", disse o analista Fawad Razaqzada, do Forex.com.

"Essas preocupações têm sido atiçadas pelas greves na África do Sul, e depois de a Rússia ter sofrido sanções da União Europeia e dos Estados Unidos por causa da situação na Ucrânia."

Razaqzada também lembrou que a demanda pelos dois metais deve crescer impulsionada pela recuperação do mercado automobilístico, já que o paládio e a platina são utilizados pela indústria de veículos.

Enquanto isso, o Conselho Mundial do Ouro indicou na quinta-feira que a demanda global se estabilizou em 1,074 tonelada no primeiro trimestre de 2014, apesar da contração da demanda asiática, 1,077 tonelada em comparação com o ano passado.

Nesta sexta, no London Bullion Market, o preço do ouro era de 1.291,50 dólares a onça. A prata subiu para 19,42 dólares a onça, em comparação com os 19,33 dólares da semana passada.

No Mercado de Platina e Paládio de Londres, a platina subiu para 1.483 dólares a onça, e o paládio para 828 dólares.

Metais básicos: Os metais industriais também tiveram aumento, com o cobre batendo os 6,954 dólares por tonelada -- maior nível desde março -- após divulgação de dados da economia chinesa.

Um índice da atividade industrial chinesa registrou crescimento em maio, alcançando o pico de cinco meses, informou o HSBC na quinta-feira. Entretanto, ainda verifica-se uma retração.

O banco britânico afirmou que o seu índice que monitora a atividade da indústria chinesa (PMI) chegou aos 49,7 pontos neste mês, bem acima dos 48,1 pontos registrados em abril. Entretanto, o índice ainda se encontra muito abaixo do nível de equilíbrio dos 50 pontos, o que sugere que o setor está contraído.

"A demanda de metais na China permanece robusta: em abril, as importações chinesas de cobre refinado e de cobre concentrado subiram, respectivamente, 86,5% e 18,7%."

Na London Metal Exchange, o cobre para entrega em três meses avançou para 6.924,75 dólares por tonelada, em comparação 6.891 dólares da semana passada.

O preço do alumínio subiu para 1.820 dólares a tonelada; o chumbo, para 2.153,50 dólares a tonelada; o estanho, para 2.118,25 dólares a tonelada; o níquel, para 23.259 dólares a tonelada; e o zinco subiu para 2.097,25 dólares a tonelada.

- Soft commodities divergem -
Açúcar: Os preços do açúcar recuaram após os ganhos das semanas anteriores. Nesta sexta-feira no LIFFE, o preço da tonelada do açúcar refinado para entrega em agosto baixou para os 468,70 dólaes em comparação com os 492,70 dólares da semana passada.

No ICE Futures, dos Estados Unidos, o preço do açúcar não refinado baixou para 17,28 centavos de dólar, em comparação com os 18,17 centavos de dólar da sexta-feira anterior.

Café:
O mercado de café foi pressionado pelos estoques abundantes. "Mesmo com o mercado movendo-se em direção a um déficit neste ano, os estoques estão altos após anos de superprodução. Então, não deve haver falta de grãos", afirmou a analista do Capital Economics, Caroline Bain.

"Nossa expectativa é que os preços caiam ao longo do ano", acrescentou.

Nesta sexta-feira, no ICE Futures US exchange, o Arabica para entrega em julho baixou para 181,35 centavos de dólar por libra, em comparação com os 194,10 centavos de dólar da semana anterior. No LIFFE, o Robusta para julho recuou para 2,007 dólares a tonelada dos 2,107 dólares.

Cacau: Os preços subiram, com as expectativas de que a oferta não seria capaz de atender a demanda. "Muitos analistas acreditam em altas no longo prazo pelas projeções de retraimento na produção e de aumento da demanda no longo prazo", afirmou Jake Scoville, da Price Futures Group.

Nesta sexta-feira no LIFFE, o cacau para entrega em julho subiu para 1,878 libra a tonelada, em comparação com 1,817 libra da semana passada. No ICE Futures US, o cacau para julho subiu para 2,991 dólares a tonelada, de 2,901 dólares.

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