Economia

Emprego e renda vão ditar ritmo e o nível de calote nos bancos

De cada R$ 10, R$ 4,5 são destinados ao pagamento de empréstimos. Comprometimento do orçamento doméstico com esse tipo de despesa pode aumentar

postado em 08/06/2014 08:00
Na casa de Cícera Souza, a regra é fugir de qualquer financiamento
Com a economia enfraquecida, os trabalhadores não poderão contar com aumentos reais significativos daqui por diante para acomodar dívidas no orçamento. A inflação insistentemente acima de 6% e os novos patamares dos juros mexeram na prioridade das famílias, que trocaram o consumo pela administração de dívidas recordes. A perspectiva é de que o comprometimento da renda com débitos aumente nos próximos meses e sufoque ainda mais o poder de compra dos brasileiros, sobretudo se o desemprego subir e a recessão no país se concretizar.



Atualmente, R$ 4,5 de cada R$ 10 do rendimento das famílias, em média, estão reservados para o pagamento de empréstimos bancários, incluindo a casa própria. A escalada da taxa básica de juros (Selic), de 7,25% para 11% ano, levou as instituições financeiras a cobrarem os maiores encargos em dois anos da clientela, o que, na opinião do economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas Gomes, deve tornar a vida dos devedores ainda mais difícil.

A segurança no emprego, sustenta o especialista, será uma variável determinante para o nível de calote nos bancos. ;O problema é que as pessoas se endividaram muito com o crédito longo;, comenta Freitas Gomes. O contraponto positivo nesse cenário, acrescenta, é que as famílias estão mais prudentes com as finanças e, endividadas até o pescoço, passaram a demandar menos crédito. Na casa de Cícera Souza, 78 anos, por exemplo, a regra, sem qualquer chance de negociação, é fugir de qualquer tipo de empréstimo.

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