Economia

Banco Central deve reduzir a projeção de crescimento da economia neste ano

A expectativa do mercado é de que a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) caia dos atuais 2% para algo entre 1,5% e 1,7%

Vicente Nunes
postado em 09/06/2014 08:57
Em vez de 2%, Alexandre Tombini deve ratificar expansão para a economia entre 1,5% e 1,7% neste ano

O Banco Central deve reduzir a projeção de crescimento da economia neste ano no relatório trimestral de inflação, que será divulgado no fim de junho. A expectativa do mercado é de que a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) caia dos atuais 2% para algo entre 1,5% e 1,7%, taxas mais compatíveis com as estimativas de analistas privados. O BC, sob o comando de Alexandre Tombini, já sinalizou, por meio da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que o ritmo da atividade está mais fraco que o previsto, devido à falta de confiança das famílias e das empresas nos rumos do país.

A nova previsão do BC para o PIB será fechada depois dos encontros que o diretor de Política Econômica da instituição, Carlos Hamilton, terá com economistas do mercado. Hoje, ele conversa com uma leva de especialistas em São Paulo. E deve se preparar. A perspectiva é de que os interlocutores tracem um quadro dramático para a atividade. ;Todos os indicadores nos levam a crer que a situação da economia vai piorar nos próximos meses, com retração do PIB no segundo trimestre;, diz Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos. ;Não há nada no horizonte que confirme o discurso otimista do governo. Muito pelo contrário;, acrescenta.



Na avaliação de Zeina, a única dúvida do mercado é quanto ao ritmo da piora da economia. ;Pode ser mais lento do que estamos prevendo. Mas vai piorar até que se tenha, por bem ou por mal, uma mudança na condução da política econômica;, assinala. Para a economista, em vez de aumentarem, os investimentos produtivos vão encolher, a indústria terá contração, e a inflação alta e o elevado nível de endividamento das famílias travarão o consumo que vinha sustentando do PIB. ;Temos de lembrar que os juros subiram e já estão impactando a atividade. A alta do dólar no ano passado encareceu o custo dos investimentos. E há toda a incerteza em torno do fornecimento de energia. Com tudo isso, é difícil prever uma retomada do crescimento da economia;, assinala.

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