Simone Kafruni
postado em 27/06/2014 06:03
O desembolso da Petrobras devido à União para explorar o óleo excedente em quatro áreas do pré-sal na Bacia de Santos (RJ) pode chegar a R$ 22,5 bilhões até 2018. O valor é 50% superior aos R$ 15 bilhões anunciados pelo governo na terça-feira. O cálculo foi feito por especialistas após o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) publicar, ontem, no Diário Oficial da União detalhes da decisão de a estatal sem licitação, no regime de partilha, para produzir nos campos de Búzios, Entorno de Iara, Florim e Nordeste de Tupi.
A operação nem sequer teria sido informada aos conselheiros e nem todos os 10 diretores da Petrobras sabiam do anúncio, quando o governo estimou as antecipações em R$ 13 bilhões. Além dos R$ 2 bilhões de bônus na assinatura do contrato, que vão direto para o Tesouro ainda este ano, ajudando o governo a cumprir a meta fiscal de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), a resolução define antecipações até 2018. Mas faltaram critérios claros, à medida que as parcelas são definidas em volume de produção: 9,4 milhões de barris de petróleo no primeiro ano, 14 milhões no segundo e 18,7 milhões nos demais.
Apesar de o valor total do desembolso ter sido estimado em R$ 15 bilhões, o governo considerou o dólar a uma cotação de R$ 2,20, o preço do barril de petróleo em US$ 105 e uma produção média de 11 mil barris diários por poço. Conforme a resolução publicada ontem, o valor a ser repassado será calculado com base na cotação do petróleo brent do mês anterior à data do pagamento e isso será feito em ;moeda corrente;, ou seja, conforme o câmbio da época.
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