Economia

Com queda no faturamento, fábricas de máquinas preveem 20 mil demissões

Estimativas divulgadas pelo setor em fevereiro apontavam crescimento zero, praticamente empatando com 2013

Marinella Castro/Encontro BH
postado em 27/08/2014 06:04
Ramo siderúrgico foi um dos que mais reduziram as encomendas em 2014

Atingida em cheio pela desvalorização do câmbio, pelos juros altos, pela carga tributária e pela concorrência com os asiáticos, a indústria de máquinas e equipamentos já vê 2014 como ano perdido. As estimativas divulgadas pelo setor em fevereiro apontavam crescimento zero, praticamente empatando com 2013. A previsão revisada para baixo, apresentada ontem pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), é a de uma queda de 15% no faturamento, R$ 11 bilhões a menos no caixa. A entidade também alerta para uma aceleração nas demissões.

[SAIBAMAIS]Com o freio nas encomendas e a alta ociosidade, o setor fechou 11 mil postos de trabalho, alcançando 249,8 mil empregos, abaixo do nível de 2011. ;Há empresas que estão segurando processos de demissão por falta de recursos ou para manter funcionários qualificados;, revelou Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq. A expectativa é que a crise continue repercutindo no emprego, podendo o total de dispensas dobrar até o Natal. ;É difícil estimar como chegaremos a dezembro, mas os cortes podem variar de 15 mil a 20 mil vagas até lá ou 8% dos empregos diretos;, calculou.



Os setores mais afetados no país são os ligados à fabricação de máquinas e equipamentos para os ramos de siderurgia, mineração e cimento. Segundo a Abimaq, produzir qualquer coisa aqui custa pelo menos 30% mais que na Europa e nos Estados Unidos, o que explica as dificuldades com a competição global. ;Em 2000, fabricar no Brasil custava 34% menos que nos EUA, hoje sai 22% a mais. Somos o quinto país mais caro do mundo;, protestou José Cardoso, presidente executivo da associação. A China ocupa a 46; posição.

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