Economia

Argentina afirma que fundos especulativos promovem ataque ao peso

Dólar oficial está sendo vendido a 8,42 pesos pelo Banco Central, mas no paralelo, a moeda americana já atinge 14,38 pesos

Agência France-Presse
postado em 27/08/2014 19:37
Buenos Aires- Os fundos especulativos em litígio com a Argentina estão desenvolvendo um plano de "ataque" ao peso e tentam impedir "qualquer possibilidade de pagamento" da dívida, afirmou nesta quarta-feira o ministro da Economia, Axel Kicillof. O ministro fez a denúncia ao se dirigir aos legisladores que debaterão a lei que muda de Nova York para Buenos Aires a sede do pagamento da dívida, e no momento em que a diferença entre o dólar oficial e o paralelo chega a 70%.

"Em reuniões com o suposto mediador (Daniel Pollack) indicado por (juiz de Nova York, Thomas) Griesa, fui advertido de que se não pagarmos (aos fundos especulativos), vamos sofrer ataques a nossa moeda e enfrentar uma enorme desvalorização", revelou Kicillof. Griesa impede o Bank of New York (BoNY) de pagar 539 milhões de dólares aos credores da dívida reestruturada, vinculando a liberação do depósito argentino ao pagamento de 100% da dívida com os fundos especulativos, totalizando 1,33 bilhão de dólares.



O dólar oficial está sendo vendido a 8,42 pesos pelo Banco Central, mas no paralelo, a moeda americana já atinge 14,38 pesos. "Os ataques à nossa moeda escutei no tribunal (do Distrito Sul de Nova York) e também os li nos anúncios (pagos) que publicaram contra a Argentina", disse Kicillof. O bloqueio do dinheiro depositado pela Argentina em Nova York forçou um "default seletivo" a partir de 30 de julho passado.

"Esta é uma história de agiotas contra um Estado e com clara intenção política. Olhem quem contratou Paul Singer (do fundo NML) para que o assessore: a ex-secretária de Estado de Bill Clinton (Madelaine Albright). Querem nos ameaçar politicamente", destacou o ministro. "Não se enganem, estes não são fenômenos normais do sistema financeiro. Isto é um mecanismo que buscam para nos colocar de joelhos".

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação