Economia

Empresas argentinas atrasam pagamento de fornecedores brasileiros

No total, elas já acumulam um débito de US$ 2,5 bilhões

Rosana Hessel
postado em 02/09/2014 06:03

A presidente Cristina Kirchner dificultou a compra de produtos no exterior: recebe dólares quem reclama mais

Grave problema das exportações brasileiras, a crise argentina está produzindo um estrago ainda maior para, pelo menos, 10 empresas nacionais com negócios no país vizinho. Segundo fontes do mercado, companhias argentinas do setor automobilístico se queixam de que há mais de 10 dias não recebem do governo dólares para pagar importações. No total, elas já acumulam um débito de US$ 2,5 bilhões com fornecedores estrangeiros, boa parte deles do Brasil. Somente a Fiat teria US$ 600 milhões a receber de sua congênere argentina.

[SAIBAMAIS]O presidente da Câmara de Comércio Argentino-Brasileira de São Paulo, Alberto Alzueta, evitou falar em números e citar nomes, mas confirmou que montadoras e fabricantes de autopeças são os principais prejudicadas. ;Alguns empresários associados já reclamaram de atrasos. Outros casos, a gente fica sabendo. O Banco Central da Argentina tem bloqueado os pagamentos das operações de câmbio para evitar a saída de dólares para o Brasil, que é um dos principais parceiros comerciais da Argentina;, disse ele, ao Correio.



O calote de US$ 2,5 bilhões acumulado até agora corresponde a pouco mais de 10% do total exportado pelo Brasil ao país vizinho no ano passado. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) disse que não recebe informação com esse nível de detalhe das montadoras associadas. A entidade informou apenas que seus especialistas em comércio exterior não poderiam confirmar os valores em atraso por se tratar de um ;dado confidencial das empresas;.

A Fiat, por sua vez, negou ter recebimentos em aberto, mas informou que a unidade brasileira vem reduzindo as exportações para o país vizinho ao mesmo nível das importações. Assim, evita problemas no recebimento de valores em espécie. ;Estamos exportando o mesmo que importamos para equalizar a balança;, disse uma fonte da companhia.

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