Economia

Prejuízos trazidos pela violência doméstica chegam a US$ 8 tri no mundo

Previsão é de que, no Brasil, o número de casos registrados seja muito inferior à realidade dos abusos

Simone Kafruni
postado em 14/09/2014 08:10
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Juliana* passou os últimos quatro de seus 21 anos convivendo com a violência doméstica. O marido a agredia regularmente. Precisou largar o emprego, onde era assediada pelo agressor na frente dos colegas e contabilizava faltas por não conseguir trabalhar depois das surras. Sofre de depressão e precisa comprar remédios para dormir e fugir dos pesadelos. Está abrigada num centro de atendimento especializado mantido pelo Estado. Precisa tratar o filho de 3 anos com uma psicóloga para reeducá-lo, pois a criança reproduz o comportamento do pai.

Juliana abandonou a carreira profissional ainda no início da sua vida produtiva e pretende voltar para o Piauí, de onde veio, assim que o processo judicial que move contra o ex-companheiro tiver um desfecho e ela própria se fortalecer. ;Preciso recomeçar do zero. Quero dar uma vida melhor para o meu filho;, conta.

O caso de Juliana, infelizmente, é uma realidade bastante comum no Brasil e no mundo. A violência doméstica, cujas principais vítimas são mulheres e crianças, gera custo de US$ 8 trilhões por ano (R$ 20 trilhões) para a economia global e mata mais do que as guerras, aponta estudo encomendado pelo Centro de Consenso de Copenhagem aos pesquisadores Anke Hoeffler, da Universidade Oxford, e James Fearon, da Universidade Stanford. ;Para cada morte civil em um campo de batalha, nove pessoas são mortas em desavenças interpessoais;, diz o relatório.

*Nome fictício

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