Economia

Irlanda rompe compromisso com austeridade e expande gasto público

Em 2014 Irlanda terá um crescimento de 4,7% e de 3,6% em 2015, quando se espera que o desemprego caia para 10%, segundo Michael Noonan, ministro da Economia do governo de Enda Kenny

Agência France-Presse
postado em 14/10/2014 15:10
Dublin - O governo irlandês apresentou nesta terça-feira (14/10) um orçamento que marca o fim dos anos de austeridade, contemplando uma redução de impostos e uma expansão do gasto público, quatro anos depois da grave crise econômica que quase levou o país à quebra.

"As políticas deste governo funcionaram e a recuperação da economia irlandesa está em andamento", disse no Parlamento Michael Noonan, ministro da Economia do governo de Enda Kenny, anunciando também um endurecimento das normas fiscais para as empresas com o objetivo de evitar um novo caso Apple, envolvendo benefícios à empresa de tecnologia americana graças ao generoso regime fiscal irlandês. O acordo entre a Apple e a Irlanda está sendo investigado pela Comissão Europeia.

Noonan estimou que em 2014 a Irlanda terá um crescimento de 4,7% e de 3,6% em 2015, quando se espera que o desemprego caia para 10%. Esse é o primeiro orçamento expansionista em sete anos.

"O caminho que nos trouxe até aqui foi muito difícil e os irlandeses fizeram grandes sacrifícios", admitiu Noonan, que lançou uma mensagem de cautela. "A recuperação ainda não chegou a todos os cantos do país. Muitas famílias ainda não sentiram os efeitos. O governo está consciente disso", acrescentou. "Para muita gente a recuperação chegará quando tiverem trabalho. Para outros, quando tiverem mais dinheiro no bolso", comentou.



[SAIBAMAIS]Assim como aconteceu com a Espanha, a Irlanda baseou grande parte do seu boom econômico do fim dos anos 1990 e início de 2000 na construção civil.

Nessa época, a economia irlandesa era conhecida como "o Tigre Celta". Mas a bolha imobiliária estourou em 2008 coincidindo com a crise financeira mundial e a Irlanda teve que ser resgatada da quebra pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional, que impuseram um plano de ajuste concluído em 2013.

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