Economia

Petrobras decide hoje: gasolina deve ficar de 4% a 5% mais cara

Conselho de Administração da Petrobras se reúne hoje e pode definir aumento para novembro. Será a segunda medida impopular do governo depois das eleições

postado em 31/10/2014 06:00
Últimas correções nos valores das tabelas das refinarias, que chegaram aos postos, foram anunciados há um ano

Depois do aumento dos juros decidido pelo Banco Central (BC), a próxima medida dura do governo deverá envolver o preço dos combustíveis. As expectativas do mercado são de que o Conselho de Administração da Petrobras decida hoje, durante reunião, pelo aumento de 4% a 5%, em novembro. O último foi em igual mês, em 2013, de 4% para gasolina e 8% para o diesel. Caso isso se confirme, será a segunda medida impopular do governo dias após o resultado do segundo turno da eleição presidencial. ;Se isso ocorrer, indicará maior comprometimento do governo com a normalização dos preços administrados;, avaliou o economista-chefe da INVX Global Partners, Eduardo Velho. Ontem, os comentários de consumidores nas rede sociais eram de que a gasolina chegará a R$ 3,50 em Brasília.

Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, mais importante do que alterar os preços é o governo ;apontar para uma política clara de reajustes;, que impeça que os valores voltem a ficar defasados. Ele também espera por uma alta de preços hoje, mas acha que a tendência mais forte é de que, em vez de direcionar a elevação da receita à estatal, o governo opte por ressuscitar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).

;Isso reforçaria o caixa do Tesouro, o que seria bem-vindo no atual quadro fiscal;, explicou. Os municípios, que também recebem parte do montante arrecadado, podem ampliar os investimentos em transporte coletivo, algo que vai ao encontro das exigências das ruas nas manifestações do ano passado. A Cide é um tributo que começou a ser progressivamente reduzido em janeiro de 2003, quando acrescentava R$ 0,28 ao litro da gasolina, até ser zerado junho de 2012.

Os preços do petróleo no mercado internacional baixaram neste mês e agora estão em linha com o mercado brasileiro. Por isso, Pires não vê mais razão, do ponto de vista da Petrobras, para mudar o que se cobra nas refinarias. De janeiro a outubro, quando os valores estavam desfasados, a estatal acumulou prejuízos. Mas, para zerar a conta seria necessária uma alta de 20% no preço da gasolina. ;Não se pode contar com isso porque o efeito inflacionário seria muito alto;, sentenciou.

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