Economia

Banco Central chinês reduz taxa para lutar contra desaceleração econômica

A taxa dos depósitos a um ano será rebaixada em 0,25 ponto percentual (a 2,75%) e a de empréstimos a um ano em 0,40 ponto percentual (a 5,6%) a partir de sábado (22/11)

Agência France-Presse
postado em 21/11/2014 13:43
Pequim - O banco central chinês baixou nesta sexta-feira (21/11) suas principais taxas de juros pela primeira vez desde junho de 2012 para enfrentar a desaceleração de sua economia, a segunda do mundo.

A taxa dos depósitos a um ano será rebaixada em 0,25 ponto percentual (a 2,75%) e a de empréstimos a um ano em 0,40 ponto percentual (a 5,6%) a partir de sábado (22/11), indicou o Banco Popular da China (PBOC, banco central).

Pequim tomou estas medidas para enfrentar a desaceleração de seu crescimento e os riscos deflacionistas que pesam sobre sua economia. Entre julho e setembro de 2014, o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) chinês foi de 7,3% - seu nível mais baixo desde o primeiro trimestre de 2009 - após um crescimento de 7,5% no segundo trimestre.

O anúncio do banco central chinês incendiou as principais bolsas europeias. Em Paris, o índice CAC 40 subia 2% durante o dia.

Os analistas acreditavam que Pequim tomaria medidas para estimular sua economia, mas a queda das taxas surpreendeu a maioria. "Beneficiará, sobretudo, as empresas de maior tamanho, que são companhias estatais que se financiam através dos bancos", comentou Mark Williams, economista chefe do Capital Economics.

Segundo ele, a queda das taxas não se traduzirá necessariamente em um maior crescimento, já que as empresas menores seguirão se financiando a preços muito altos.

Impacto limitado

"Acreditamos que o impacto sobre a economia real será muito limitado", confirmou à AFP Li-Gang Liu, economista do banco australiano ANZ, instalado em Hong Kong.

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Para Hu Xingdu, economista do Instituto de Tecnologia de Pequim, esta queda "mostra que as condições econômicas da China não são muito boas". No entanto, "a queda das taxas de juros pode favorecer a mobilidade e estimular o crescimento econômico", prosseguiu.

O esfriamento do mercado imobiliário, pilar do PIB chinês, pesa muito sobre a economia do país. Muitos analistas preveem um crescimento de 7,3% em 2014 (contra 7,7% em 2013), isto é, o pior número em quase um quarto de século.

Alguns acreditam que Pequim baixará seu objetivo de crescimento em torno de 7% em 2015, enquanto o FMI antecipa 7,1%.

No início do ano, as autoridades chinesas já realizaram um mini-plano de estímulo com reduções fiscais e uma flexibilização limitada das regras bancárias para estimular o crescimento, mas cujos efeitos foram limitados.

[SAIBAMAIS]Em setembro e outubro, segundo os meios de comunicação chineses, o banco central injetou grandes quantidades de liquidez nos bancos para estimular o crédito.

As autoridades também revisaram no fim de setembro as condições dos empréstimos imobiliários para estimular as vendas, uma das bases do PIB chinês.

"Acreditamos que o crescimento (na China) segue enfrentando grandes pressões negativas que precisam colocar em andamento mais medidas monetárias e fiscais", disse na quinta-feira Qu Hongbin, economista no HSBC, ao comentar os números pouco encorajadores da produção manufatureira chinesa.

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