Economia

Levy, novo ministro da Fazenda, vai definir meta fiscal factível em 2015

Novo ministro, que será anunciado hoje, terá que estabelecer objetivo para as contas públicas que possa ser de fato alcançado no próximo ano. Para isso, precisará cortar gastos e aumentar impostos, como a Cide, cobrada sobre combustíveis

Simone Kafruni
postado em 27/11/2014 06:04
Com a credibilidade minada pelos truques contábeis que marcaram seu primeiro mandato, a presidente Dilma Rousseff se convenceu, enfim, que é melhor o governo apresentar uma meta de superavit primário que possa, efetivamente, ser cumprida em 2015, se quiser recuperar a confiança dos investidores e recolocar a economia em trajetória de crescimento. Foi exatamente isso que ela pediu ao próximo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Hoje à tarde, ele será anunciado como titular da pasta, numa cerimônia em que Nelson Barbosa será confirmado à frente do Ministério do Planejamento. Ambos, porém, não tomarão posse imediatamente. Transitoriamente, cumprirão expediente no Palácio do Planalto.

Os desafios de Levy serão reverter desonerações tributárias, gerar mais receita e, a partir da melhora das contas públicas, hoje em frangalhos, criar um ambiente mais propício para o investimento privado. Só assim, ele poderá também evitar que o país perca o grau de investimento conferido pelas agências internacionais de classificação de risco e afunde ainda mais no atoleiro.

Novo ministro, que será anunciado hoje, terá que estabelecer objetivo para as contas públicas que possa ser de fato alcançado no próximo ano. Para isso, precisará cortar gastos e aumentar impostos, como a Cide, cobrada sobre combustíveis

O primeiro passo será tornar o superavit primário uma peça realista, e não de ficção. Pelo projeto de orçamento enviado ao Congresso Nacional, a economia para o pagamento dos juros da dívida pública ficaria entre 2% e 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015. Essa, no entanto, é uma meta impossível de ser alcançada, na avaliação de especialistas. Para eles, o resultado considerado plausível fica entre 1,2% e 1,9% do PIB.
;É necessário recompor o primário e levá-lo, gradualmente, a 2% ou 2,5% do PIB. No início, é preferível que seja um número crível, que garanta estabilidade;, destacou Carlos Kawall, economista-chefe do Banco J. Safra. ;É difícil acreditar que, já em 2015, o governo atinja os 2,5% porque o cenário ainda é de baixo crescimento e de muitas desonerações. O volume de receitas caiu, por isso o provável é um superavit de 1,2%;, assinalou o economista sênior do BES Investimento, Flavio Serrano.

Dívida pública
Aumentar a poupança interna é fundamental para reverter a trajetória ascendente da dívida bruta do governo. Quando Dilma assumiu, em 2011, ela comprometia 53,3% do PIB. No último relatório do Banco Central, relativo a setembro, o endividamento alcançou R$ 3,132 trilhões, o equivalente a 61,7% do PIB. Se quiser interromper essa tendência, o governo terá que reduzir gastos, e já anunciou um corte entre R$ 50 bilhões e R$ 55 bilhões no orçamento.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação