Economia

Risco de depender da família leva adultos a economizarem para o futuro

Jovens de hoje não têm compromisso em cuidar de pais e avós que se aposentarem sem ter condições de se sustentarem. É preciso reduzir os gastos agora e investir uma parte dos recursos para pavimentar um caminho sem grandes decepções

postado em 22/12/2014 09:07
O vendedor Melquizedeque Souza Cardoso, 27 anos, é daqueles que tratam o dinheiro com respeito. Jamais gasta o que ganha com futilidades. Muito pelo contrário. Cada real que entra em sua conta-corrente tem destino certo, sobretudo a aposentadoria que ele espera desfrutar da melhor forma possível. Estudante de ciências contábeis, com renda mensal de R$ 2 mil, o jovem seguiu à risca os conselhos do pai, que o ensinou a importância de economizar. Em pouco tempo, multiplicou o patrimônio.

Com os recursos que poupou desde os 18 anos, quando começou a trabalhar, Melquizedeque comprou uma casa em Luziânia (GO) e planeja novas aquisições. A poupança, destaca ele, começou tímida, com depósitos entre R$ 100 e R$ 300 por mês. Mas quatro anos depois já dispunha de R$ 10 mil para dar de entrada na compra de um imóvel. ;Nunca desperdicei um centavo sequer do meu salário. Quem trabalha sabe o quanto é duro ganhar dinheiro. E eu tenho a consciência de que, quando ficar velho, precisarei mais do que nunca de uma boa poupança para me sustentar;, afirma.



Apesar de desfrutar da estabilidade do emprego e da garantia de uma aposentadoria integral, a servidora pública Ana Maria Faturi, 49, faz sua poupança pessoal. Reserva R$ 200 por mês do salário para quando deixar de trabalhar. ;Há mais de cinco anos, tomei essa decisão. Nunca se sabe o dia de amanhã, o que pode acontecer em caso de doença;, diz. Ela ressalta, contudo, que a preocupação com o futuro não lhe priva usufruir os prazeres da vida. ;Gosto de dar presentes à família e aos amigos, e viajo duas vezes por ano;, conta . Com renda de R$ 4 mil mensais, ela, que é formada em assistente social, conseguiu ver a filha, hoje com 28 anos, conquistar o diploma de pedagoga. ;Mas nada disso seria possível se não optasse pelo equilíbrio das finanças;, acrescenta.

Leia mais notícias em Economia


Responsabilidade
Também funcionária pública, Cleide de Freitas Lima, 50, lamenta ainda não ter aprendido a dar o real valor ao dinheiro. ;Motivo para gastar é o que não falta;, enfatiza. Ela diz que sempre ouviu da mãe, hoje com 80 anos, sobre o perigo de ceder aos impulsos. ;A vida toda escutei que, com dinheiro, não se brinca. Só que nunca levei esse ensinamento a sério.; O resultado é que Cleide está caminhando para a aposentadoria contando apenas com o salário que será pago pelo governo. ;Não tenho nenhuma economia;, admite.

Cleide acredita que ainda dá tempo para reverter esse quadro. Com renda mensal de R$ 6 mil, ela promete economizar pelo menos 10% desse valor a partir de 2015. ;Não se trata de promessa de ano-novo. Está na hora de ouvir o que a minha sábia mãe diz;, frisa. O vendedor Gabriel Rodrigues de Matos, 32 anos, garante que só depois de seguir os conselhos maternos passou a poupar. ;Estou guardando R$ 300 por mês de meu salário de R$ 2,5 mil;, destaca. ;Fui forçado pela vida;, emenda.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, .

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação