Economia

Brasileiros se equilibram entre os desejos de consumo e as finanças

Satisfazer carências emocionais por meio de gastos descontrolados pode resultar em problemas que transformarão a vida em um inferno

Paulo Silva Pinto
postado em 26/12/2014 06:02
Ser feliz, entre tantas definições, pode ser entendido pela segurança de que não faltará nada para si nem para as pessoas de quem a gente gosta ; o que implicitamente traz a ideia de um futuro em que será possível desfrutar do afeto delas com maior tranquilidade. ;Felicidade é consumo;, resume, sem rodeios, o professor da escola de negócios Ibmec Marcos Sarmento Mello.

[SAIBAMAIS]Então as pessoas que já passaram por metade da trajetória da vida, aproveitaram seus prazeres e ainda construíram algum patrimônio devem ser as mais felizes da sociedade, certo? Não é bem assim. Essa hipótese não se confirma pelas evidências encontradas pelo Núcleo de Estudos sobre Felicidade e Comportamento Financeiro, da Fundação Getulio Vargas (FGV) em São Paulo, um centro de pesquisas dedicado à nova onda da economia da felicidade.

Pesquisa realizada pelo núcleo entre os paulistanos encontrou altos índices de satisfação entre os mais jovens e entre os mais velhos. Os piores números ficaram na faixa de 40 a 49 anos, formando um gráfico na forma de ;u;. ;Essa é a faixa etária com maior ansiedade, porque concentra pessoas que acham que já deveriam ter realizado muitas coisas, mas veem que as metas estão incompletas, aquém do que esperavam;, comenta Fábio Gallo, coordenador do núcleo da felicidade da FGV. ;A partir dos 50, as pessoas tendem a se conformar, pensando que aquilo que elas têm é o que foi possível conseguir, portanto está bom;, completa.

A ideia agora é partir para uma pesquisa nacional envolvendo satisfação e dinheiro. Gallo criou o núcleo exatamente por ter identificado carência de estudos envolvendo essa relação. ;Havia tanta gente estudando a felicidade, por que não nas finanças?;, questiona. Trata-se de um viés, aliás, mais apropriado para entender as carências do que as realizações neste momento pouco auspicioso que atravessa quase todo o mundo, mas especialmente aqui. ;Na Europa, as pessoas tiveram de adiar a aposentadoria por causa da queda de valor dos ativos com a crise iniciada em 2008. E, aqui, os bancos estão mais arredios para emprestar;, conta.

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