Economia

Esforço de toda a família: veja como escapar do endividamento

Solução de problemas financeiros exige poupança e mudança de hábitos

Simone Kafruni
postado em 28/12/2014 07:00
André e Adriana controlam as despesas em planilhas no computador: supérfluos foram limados do orçamento

Melhorar a relação com o dinheiro e ampliar a cultura da poupança são fundamentais para fugir do superendividamento. ;A mudança no comportamento de consumo é importante e deve começar logo. Dívidas tiram o sono das pessoas. A insônia baixa a imunidade e deixa o corpo suscetível a várias doenças, além de derrubar a produtividade no trabalho;, alerta Sônia Amaro, supervisora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).

Todo ano começa com pagamento de tributos, como os impostos sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e sobre Propriedade Territorial Urbana (IPTU), além de gastos escolares, como material e uniforme, no caso de muitas famílias. Para piorar, a conta de luz subirá ao menos 7,5% logo em janeiro. Isso sem contar com as férias, que sempre demandam despesas extras. Portanto, mais uma vez, é preciso se preparar e, de preferência, fazer reserva.

Na avaliação de Marcelo Monteiro, especialista no mercado de recuperação de crédito e diretor de novos negócios da PH3A, o primeiro passo é a organização. ;Só existem duas formas de sair do superendividamento: ampliando receitas e reduzindo gastos;, sentencia. O ideal é colocar tudo no papel, detalhando quanto entra de dinheiro e o total de gastos. ;Se a conta não fechar, é hora até mesmo de se desfazer de bens para amenizar as dívidas;, aconselha.

Trocar dívidas caras por opções mais baratas é uma alternativa inteligente, acrescenta Monteiro. ;Cartão de crédito e cheque especial têm os juros mais altos do mercado, mas são linhas fáceis, estão sempre disponíveis. É aí que mora o perigo. O consumidor acaba recorrendo a elas, sem antes analisar a possibilidade de negociar empréstimos mais em conta;, pontua.

Em situações consolidadas de superendividamento, não dá para fugir da negociação. O caminho passa por procurar o gerente do banco e buscar financiamentos com juros menores para pagar as dívidas maiores. O ideal, sustentam os especialistas, é fazer um empréstimo pessoal para cobrir os débitos com o cartão e sair do vermelho também no cheque especial. ;Na reorganização, é fundamental buscar novas fontes de renda. E tentar alongar prazos para reduzir valores de parcelas, dando fôlego ao orçamento mensal;, ilustra Monteiro.

Susto com juros
O casal Paulo André Barbosa, 32 anos, e Adriana Bonadio, 24, fizeram o dever de casa e entrarão 2015 sem dívidas. Mas, para celebrar as contas no azul na virada do ano, foi preciso muito sacrifício. No primeiro ano de casamento, as viagens ficaram de fora do calendário. Os dois decidiram recorrer aos pacotes de tevê por assinatura e celular mais básicos e diminuíram drasticamente as idas a restaurantes. ;Cortamos os supérfluos e economizamos no que podíamos;, reforça ele, funcionário de banco, dizendo-se assustado com o aumento dos juros. ;Percebo no meu dia a dia que a situação não está fácil.;

Desde o tempo de noivado, ajustar gastos fazia parte da rotina do casal. Para concretizar sonhos, eles não abriam mão de fazer contas e mudar hábitos. Depois dos gastos com a festa e com a obra no apartamento, chegou a hora de sentar e planejar a vida financeira a dois. As contas de casa foram divididas e uma planilha no computador os ajuda a não sair do foco. ;Ele acabou assumindo a tarefa de acompanhar tudo mais de perto, mas os dois estão sempre atentos;, comenta Adriana, que é nutricionista.

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