Economia

Número de idosos dependentes de álcool não para de crescer

Estima-se que 1,3 milhão de homens e mulheres com mais de 65 sejam dependentes. Muitos deles vivem quase na miséria, pois queimaram todo o patrimônio acumulado durante a vida produtiva

postado em 23/01/2015 09:06
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Anápolis (GO) ; Sorrateiramente, o álcool fez ruir a fortuna de uma tradicional família de Anápolis, município goiano a 160km de Brasília. Em maio do ano passado, o delegado de polícia Manoel Vanderic recebeu uma denúncia anônima: um senhor de 67 anos estaria abandonado em uma casa localizada em um bairro nobre. O caso estimularia, ainda naquele mês, a criação da Delegacia do Idoso da cidade, que hoje recebe, em média, 10 denúncias por dia, 40% delas relacionadas ao álcool.

Senhor abandonado pela família vive hoje de favores. Ele já chegou a ostentar fortuna de R$ 2 milhões. Queimou tudo com a bebedeira
No endereço indicado pelo informante, Vanderic encontrou um idoso bêbado, largado em um colchão sujo e rasgado. O ambiente fedia a fezes e urina. O teto da espaçosa residência já não tinha todas as telhas. ;Era uma cena de horror;, lembra o delegado. O desenrolar da investigação mostrou que a família da vítima, um empresário bem-sucedido do segmento de oficinas, chegou a ter um patrimônio de R$ 2 milhões, montante torrado pelo álcool ; o que restou dos bens está jogado às traças.

As bebedeiras do ex-comerciante eram quase sempre acompanhadas de jogos de azar, hábito que, pelas contas de um dos filhos, teria consumido cerca de R$ 200 mil das economias da família. Nos bares de Anápolis, como ocorre em muitas outras cidades do país, exploradores das proibidas máquinas de caça-níqueis se aproveitam da embriaguez dos frequentadores e montam esquemas para sugar o dinheiro dos mais velhos.

Pesquisas mais recentes indicam que pelo menos 9% das pessoas com mais de 65 anos no Brasil são alcoólatras: um contigente de 1,3 milhão de homens e mulheres que, quando têm acesso às aposentadorias, consomem o dinheiro com a bebida e com os tratamentos advindos dela. O alcoolismo potencializa os gastos com a saúde na velhice, uma vez que aumenta os riscos de quedas, lesões, demências e agravamento de doenças crônicas.

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