Economia

Anúncio de lucros da Petrobras provoca queda de ações na Bolsa de Valores

Até às 11h, a Bovespa registrada queda de 1,54%, com 47.840 pontos

Jacqueline Saraiva
postado em 28/01/2015 11:04
Pressionada pelo balanço não auditado dos lucros da Petrobras no terceiro trimestre do ano passado, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em queda nesta quarta-feira (28/1). Às 11h, o Ibovespa, principal índice de ações, caía a 1,54%, com 47.840 pontos. O resultado deixa transparecer o clima de incertezas, com investidores descontentes com os números apresentados pela estatal, que não incluíram as perdas por conta das denúncias de corrupção investigadas pela Operação Lava-Jato.

[SAIBAMAIS]Às 11h, as ações preferenciais da Petrobras perdiam 8,36%, e as ordinárias, 7,68%. Na véspera, os papeis da estatal ficaram instáveis à espera do balanço. Na véspera, o Ibovespa subiu 0,03%, a 48.591 pontos.

Sem perdas
Durante a madrugada de hoje, a Petrobras divulgou o balanço do terceiro trimestre do ano passado. O documento, que já teve a divulgação adiada por duas vezes, não traz, no entanto, as perdas esperadas por conta das denúncias de corrupção na companhia investigadas na Operação Lava-Jato. As demonstrações contábeis do período mostram um lucro líquido de R$ 3,087 bilhões. O índice é decorrente da maior produção de petróleo e Líquido de Gás Natural (LGN), que cresceu 6% no período, com a produção de 118 mil barris/dia.

A presidente da estatal Graça Foster assinou no relatório um texto direcionado a acionistas e investidores, explicando o momento delicado da estatal. "Em suma, os depoimentos aos quais a Petrobras teve acesso revelaram a existência de atos ilícitos, como cartelização de fornecedores e recebimentos de propinas por ex-empregados, indicando que pagamentos a tais fornecedores foram indevidamente reconhecidos como parte do custo de nossos ativos imobilizados, demandando, portanto, ajustes. Entretanto, concluímos ser impraticável a exata quantificação destes valores indevidamente reconhecidos, dado que os pagamentos foram efetuados por fornecedores externos e não podem ser rastreados nos registros contábeis da Companhia", afirmou a nota. Foster garante ainda que as investigações da Polícia Federal não devem interferir na estatal.

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