Rodolfo Costa
postado em 01/02/2015 08:00
A menos de um mês para o carnaval, quem ainda não planejou os gastos durante a folia deve ter cautela redobrada. Com impostos e contas a pagar no início do ano, especialistas destacam a necessidade de cuidados com o orçamento para que o clima de festa não abra alas ao desespero financeiro. Diante de uma inflação que continua a corroer a renda, o brasileiro vai ter que avaliar se vale o risco brincar um carnaval exuberante e ter uma Páscoa minguada.Mesmo para quem já está com o planejamento fechado, todo cuidado é pouco. Fábio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), lembra que a pessoa que já estiver endividada ou inadimplente deve ficar longe de novos empréstimos. ;A inflação não vai baixar tão cedo e os juros vão continuar subindo. Pior do que a ressaca de carnaval é fazer dívidas e depois não conseguir honrar os compromissos;, afirma Bentes, ressaltando que as taxas do cheque especial atingiram o patamar de 200,6% ao ano e as do cartão de crédito chegam a mais de 300% ao ano.
Fazer pesquisas de preços pode ser uma boa solução para aliviar o bolso. Mesmo uma bebida ou refeição pode ser consumida pagando menos se o consumidor ficar atento aos valores cobrados pelos comerciantes. Mesmo assim, Reinaldo Domingos, da DSOP Educação Financeira, recomenda que o consumidor tenha uma reserva de 20% a mais do valor inicialmente traçado para consumo. ;O dinheiro gasto em uma viagem é, geralmente, maior do que o planejado;, aconselha.
Aproveitar os blocos de rua ou trios elétricos entre amigos pode também fazer o dinheiro durar mais, além de dividir o táxi e pedir descontos para bebidas compradas em maior quantidade. ;O folião deve colocar as contas na ponta do lápis e saber até quanto pode gastar em cada dia. O que não pode é perder o controle sobre o orçamento e querer usar dinheiro que não tem apenas para alguns dias de proveito;, diz Domingos.
Quem pretende passar o carnaval em outra cidade, mas ainda não comprou as passagens nem tem hospedagem garantida, pode esperar preços elevados e dificuldades para fazer reserva. A CVC, uma das maiores operadoras de turismo, já não vende mais pacotes saindo de Brasília para Rio de Janeiro e Salvador.
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