Economia

Auditores fiscais da Receita e do trabalho protestam por aumento salarial

Além do aumento, manifestantes pedem valorização da categoria para que voltem a ser protagonistas das discussões fiscais do país

Vera Batista
postado em 04/03/2015 11:38

Auditores fiscais da Receita Federal e do trabalho reunidos em frente ao Ministério da FazendaCerca de 350 auditores fiscais da Receita Federal e trabalho fazem uma manifestação em frente ao Ministério da Fazenda, na manhã desta quarta-feira (4/3). Eles pedem reajuste reajuste salarial de 35%, para ser incluído no orçamento de 2016.

Representantes da categoria alegam ter o direito constitucional de receberem 90,25% do salário fixado para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).



Além do aumento, os manifestantes também pedem valorização da categoria dos auditores para que voltem a ser protagonistas das discussões fiscais do país. Segundo o presidente do Sindifisco, Cláudio Damasceno, "esse protagonismo dos auditores foi perdido durante a gestão do ministro Guido Mantega, porque todas as decisões ficavam concentradas no gabinete".

Uma convenção de cinco pessoas das lideranças sindicais do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) e do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (SINAIT) foi recebida pelo secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, na tentativa de negociação dos pleitos das categorias. Damasceno afirmou que o secretário da Receita deixou as portas abertas para as negociações, mas alertou sobre o momento de ajuste fiscal pelo qual passa o governo atualmente.

"Estamos também lutando por outras coisas que não envolvem salário, como a valorização da categoria e a Lei Orgânica do Fisco (LOF), que está há mais de dois anos esperando para ser votada no Congresso Nacional, disse o presidente do Sindifisco, que também alertou que desde a gestão de Guido Mantega à frente do Ministério da Fazenda os auditores fiscais haviam desaconselhado a desoneração da folha de pagamento, "mas que Joaquim Levy acabou reconhecendo, o que foi um erro", acrescentou.

Damasceno afirmou que a categoria é contra as Medidas Provisórias 664 e 665/2014, uma vez que se tratam de "medidas feitas para retirar benefícios dos trabalhadores e ditam regras sobre seguro desemprego, pensões e aposentadorias, dentre outros".

Ele informou que os manifestantes e seus representantes vão se reunir de quarta (4/3) a sexta-feira (6/3) para decidirem os rumos que o movimento irá tomar. No dia 11 de março os auditores fiscais vão se juntar a outras categorias do serviço público em um ato do qual também vão participar diversas centrais sindicais.

Por fim, chamou atenção para a defasagem dos salários dos auditores fiscais federais que, na comparação com os fiscos estaduais e municipais, ficam em 24; na lista. "Nós somos responsáveis pela arrecadação do dinheiro que vai ser distribuído para educação, saúde, segurança dentre outros. Sem esse trabalho, o próprio estado brasileiro pode ficar prejudicado".

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