Economia

Levy negocia com Renan meio-termo sobre reajuste da alíquota do IRPF

Dilma vetou a correção de 6,5% aprovada pelas duas casas em dezembro passado e manteve a sua proposta de 4,5%, com o objetivo de arrecadar R$ 7 bilhões a mais para os cofres da União

Rosana Hessel
postado em 10/03/2015 12:52

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi ao Congresso Nacional negociar com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), uma saída intermediária para o reajuste da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). ;Vamos ver se a gente consegue chegar até 6,5%;, disse Levy, após sair do encontro no gabinete de Renan, acompanhado dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Eunicio Oliveira (PMDB-CE) e o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, o bombeiro da vez para a crise política entre o Palácio do Planalto e a base aliada.

A presidente Dilma Rousseff vetou a correção de 6,5% aprovada pelas duas casas em dezembro passado e manteve a sua proposta de 4,5%, com o objetivo de arrecadar R$ 7 bilhões a mais para os cofres da União. Essa correção, no entanto, está bem abaixo da inflação oficial acumulada em fevereiro deste ano, de 7,7%, a maior em 10 anos.

[SAIBAMAIS]De acordo com Levy, Renan apresentou alguns encaminhamentos e ele fará algumas contas para buscar uma saída para o impasse, como, por exemplo, fazendo a correção pelo tamanho da renda. ;Há algumas possibilidades, mas o conceito, evidentemente, é de dar um ajuste mais significativo para as faixas de menor renda, de tal maneira que os tetos dessas faixas tenham um aumento um pouco maior do que o aumento que havia sido tentado originalmente, de 4,5%;, explicou o ministro enquanto caminhava para o gabinete de Eduardo Cunha acompanhado de Eduardo Braga e de Eunicio Oliveira.

Às 15h, Cunha e Renan terão uma reunião com os líderes da base aliada para apresentar as propostas discutidas com Levy, que ficou de fazer cálculos e buscar uma alternativa até hoje à noite para que o veto de Dilma não seja derrubado amanhã pelo Congresso Nacional. Outros oito vetos estão previstos para serem analisados para destravar a pauta e, assim, colocar o Orçamento de 2015 na pauta.

De acordo com Jucá, a vinda de Levy sinalizou que o governo voltou a dialogar com a base para evitar os atropelos das últimas medida provisórias para promover o ajuste fiscal que foram encaminhadas sem um debate prévio com os parlamentares. ;Acho que havia uma distância. Não havia uma sintonia fina nessa construção, mas acho que o processo esta ensinando tanto o governo quanto o congresso a buscarem essa convergência;, afirmou o senador. ;Acho que a melhor forma de acertar é ouvir e discutir. Quem ouve mais erra menos;, emendou Jucá. Segundo ele, que é relator do Orçamento de 2015, a proposta está pronta para ser "aprovada".

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