Economia

Força Sindical critica PIB fraco de 2014 e cita corrupção da Petrobras

"O pífio resultado de apenas 0,1% é fruto dos juros altos, que esfriam a economia"

Vera Batista
postado em 27/03/2015 13:16
O baixo crescimento econômico, no ano passado, divulgado na manhã desta sexta-feira (27/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), despertou críticas das entidades de trabalhadores. Com o título ;Pibinho fajuto;, a Força Sindical divulgou nota oficial, assinada pelo presidente Miguel Torres, na qual destaca que o fraco PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no país) de 2014, é consequência das políticas equivocadas da equipe econômica nos últimos tempos. ;O pífio resultado de apenas 0,1% é fruto dos juros altos, que esfriam a economia, e da falta de um projeto de desenvolvimento industrial consistente e de longo prazo, com políticas eficientes de investimentos em infraestrutura;, destaca o documento.

A Força Sindical cita também a enorme teia de corrupção da Petrobras ocasiona uma crise que abala a economia e pune duramente os trabalhadores com as demissões. E assinala que os desacertos só beneficiam o setor financeiro e os especuladores, prejudicando a produção e a geração de empregos. ;Vale ressaltar que a indústria, um setor estratégico para o desenvolvimento, que comporta os maiores salários e possui maior poder de negociação, recuou 1,2% no ano passado. A indústria de transformação recuou 3,8% no mesmo período;, apontou.

Em consequência, ressalta, o PIB praticamente nulo vai desestimular as empresas e os investidores, que irão colocar o pé no freio, resultando em aumento do desemprego. Com isto, o País não conseguirá um crescimento sustentado capaz de absorver a mão de obra de jovens que entram no mercado de trabalho anualmente. Com o pior resultado para meses de fevereiro desde 2011, a taxa de desemprego registrada nas seis maiores regiões metropolitanas subiu para 5,9%, lembrou a Força Sindical.

;Este é o resultado de manter uma política com juros altos, que dificulta o crescimento da economia e estrangula o setor produtivo. É uma clara demonstração de que o governo se curva aos especuladores em detrimento da produção e do emprego;, aponta. A crise na Petrobras, empresa responsável por cerca de 10% do PIB e por 10% de todo o investimento em capital fixo no país, também repercute amplamente no conjunto da economia brasileira. A corrupção generalizada da estatal, afirma a nota, além de brecar os investimentos, já gerou desemprego (direto e indireto) de mais de 250 mil trabalhadores. ;Precisamos urgentemente de uma agenda focada no desenvolvimento, no incentivo à produção, na geração de emprego e na distribuição de renda;, conclui o documento.

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