Economia

País caminha para recessão profunda com alta de preços e desemprego

Fechamento de vagas de trabalho é recorde e a queda no índice de atividade do BC veio muito pior do que se esperava

postado em 20/06/2015 08:00
Três indicadores divulgados na sexta-feira (19/6) mostram que a economia brasileira vai de mal a pior. Em vez de cair, a inflação está em disparada, o nível de atividade despenca e o desemprego bate à porta com tudo. ;A economia não está desaquecida, está em queda livre;, disse o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) José Luís Oreiro, para desespero do governo, que apostava em números melhores para recuperar o prestígio da presidente Dilma Rousseff, que está no chão.

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A prévia da inflação oficial, o IPCA-15, cravou elevação de 0,99%. Em seis meses, o índice alcança 6,28%, quase o limite da tolerância definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para todo o ano, de 6,5%. Diante desse resultado, vários economistas refizeram as contas e já acreditam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pode encerrar 2015 próximo de 10%, mesmo com a economia em recessão.

Junho, tradicionalmente, é um mês de inflação baixa, próxima de zero. Mas, com os reajustes dos preços administrados (luz, água, esgoto) e a disparada do valor dos alimentos, só houve surpresas negativas. A sensação é de que o Banco Central, que, desde outubro do ano passado, aumentou a Selic de 9,50% para 13,75% anuais, está perdendo a batalha. ;Ainda veremos a inflação muito alta nos próximos meses, corroendo o poder de compra das famílias;, afirmou Fábio Silveira, da GO Associados.

Desarranjo
O desarranjo na economia é total. Em vez de ajudar, as medidas adotadas pelo governo para arrumar a casa, destruída no primeiro mandato de Dilma Rousseff, estão agravando a situação. Os juros altos, associados ao arrocho fiscal conduzido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, derrubaram, com mais força, a atividade. Pelos cálculos do BC, em abril, houve contração de 0,84% na economia. Segundo o IBC-Br, espécie de prévia do Produto Interno Bruto (PIB), a contração no acumulada de 12 meses está em 1,38%. Por isso, os economistas passaram a trabalhar com a possibilidade de o ano fechar com tombo de 2% ou mais.

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