Economia

Eurogrupo se nega a estender plano de ajuda à Grécia

Prazo do plano se encerra nesta terça-feira (30/6) à meia-noite

Agência France-Presse
postado em 30/06/2015 15:52

Bruxelas, Bélgica - A zona do euro rejeitou nesta terça-feira uma extensão do plano de ajuda financeira à Grécia, que termina à meia-noite (horário local, 19H00 de Brasília), anunciou o ministro eslovaco da Economia, após uma áudio-conferência do Eurogrupo.

"O último limite para estender o programa era este fim de semana. Pelos procedimentos parlamentares é impossível estendê-lo além de hoje", escreveu o ministro Peter Kazimir em sua conta no Twitter.

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Seu homólogo finlandês, Alex Stubb, afirmou que a extensão "não é possível" e garantiu que uma demanda de um novo programa de resgate dentro do Mecanismo Europeu de Estabilidade "será examinada segundo os procedimentos habituais".

Uma fonte do governo grego assegurou de Atenas que as negociações serão retomadas na quarta-feira.

"O Eurogrupo acaba de terminar. Continuaremos amanhã de manhã para permitir aos ministros da Economia examinar as propostas do governo grego", explicou a fonte.

O primeiro-ministro Alexis Tsipras havia solicitado um novo programa de dois anos a seus sócios, a poucas horas de o país entrar em moratória, pela dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

A chanceler alemã, Angela Merkel, já havia adiantado pela manhã que seu país não negociará com Atenas "uma nova ajuda" antes do referendo de domingo.

As bolsas europeias, preocupadas pelo futuro imediato da Grécia, continuaram caindo nesta terça-feira, embora menos do que na véspera. Paris caiu 1,63%, Frankfurt 1,25%, Londres 1,5%, e Madri 0,78%.

A agência de classificação de risco Standard and Poor;s declarou o ;default parcial; dos quatro grandes bancos gregos - NBG (Banco Nacional da Grécia), Pireo, Eurobank e Alpha -, após a implementação do controle de capitais a fim de evitar a fuga massiva de divisas. A agência Fitch decidiu o mesmo na segunda-feira.


Moratória próxima

Salvo alguma surpresa de última hora, o governo grego será incapaz de pagar a tempo o 1,549 bilhão de euros devidos ao Fundo Monetário Internacional, credor do país junto com a Comissão Europeia e com o Banco Central Europeu.

A moratória acontecerá em meio a um controle de capitais, em que bancos gregos e a bolsa de Atenas ficarão fechados até o dia 6 de julho.

Pela medida vigente desde segunda-feira, os clientes dos bancos gregos só podem sacar no máximo 60 euros por dia e pessoa. A partir de quarta-feira, cerca de mil filiais vão abrir excepcionalmente para permitir aos aposentados que não têm cartão de crédito fazer retidas de no máximo de 120 euros para toda a semana.

Nesta terça-feira, os mercados dão por certa a moratória grega, que segundo especialistas e políticos não deve ter, a princípio, "grandes consequências", como disse o ministro francês da Economia Michel Sapin.

Já a Comissão Europeia anunciou que espera um acordo "de última hora".

"Desde o primeiro momento deixamos claro que a decisão de celebrar um referendo não significa o fim, mas a continuação da negociação com termos melhores para o povo grego", observou o governo em seu comunicado.

"O governo grego reivindicará até o final um acordo viável dentro do euro. Essa será também uma mensagem de ;não; a um mal acordo, no referendo de domingo, 5 de julho", insiste o comunicado.

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