Economia

Apesar da crise econômica, companhia aérea reforça presença no Brasil

"Sem dúvida o Brasil vai tomar o crescimento. Vimos algumas concessões e de sucesso. Guarulhos, Brasília e Campinas tiveram resultados importantes", afirma o presidente da Avianca Brasil, Jose Efromovich

Vera Batista
postado em 22/07/2015 17:20
Apesar da crise, que obrigou concorrentes a reduzir a operação no país, o presidente da Avianca Brasil, Jose Efromovich, previu que a taxa de ocupação da companhia vai se manter inalterada, mas sinalizou que a alta do custo de vida pode bater no bolso do consumidor, porque o preço das tarifas aéreas dependerá do desempenho da economia. ;As promoções são uma constante dentro da Avianca, no ano inteiro, principalmente fora do período de férias ou de feriado. Acreditamos, portanto, que a taxa de ocupação deve ficar a mesma. Em relação ao tíquete médio, vamos ver. Temos que nos adequar ao mercado;, assinalou.

Ele comemorou o Programa de Infraestrutura em Logística 2 (PIL), anunciado recentemente pelo governo e disse que confia na retomada do crescimento econômico. ;Sou totalmente favorável. Acredito, incentivo, aplaudo e apoio. Sem dúvida o Brasil vai tomar o crescimento. Vimos algumas concessões e de sucesso. Guarulhos, Brasília e Campinas tiveram resultados importantes. O que sempre reclamamos é que, por mais que o governo queira resolver o problema de infraestrutura, as questões nessa área não acontecem de uma hora para outra. Por isso, não queremos que o os projetos parem. Precisamos de modernização;, disse.



Efromovich comentou também sobre o impacto dos impostos e das diferenças das taxas nos estados brasileiro ;O imposto hoje é muito alto e nos coloca com um dos custos de combustível mais altos do mundo. Alguns Estados tentam se adequar e a medida acaba sendo interpretada como um incentivo. Mas em situação normal, não seria. Na verdade, acho que os estados deveriam padronizar a cobrança Não tem porque Brasília, por exemplo, cobrar 12 % de Imposto sobre Circulação de Mercadoria (ICMS) e São Paulo, 25%;, reclamou.

O aparente otimismo, no entanto, foi menor ao comentar sobre as previsões de faturamento para 2015 e 2016. ;Acho que os resultados vão empatar. Se não tivessem ocorrido problemas econômicos no país, pretendíamos trazer lucro esse ano e não só o ebita (resultado antes de lucros antes de juros, impostos e depreciação) positivo. Mas não vai ser possível;, assinalou. Ele garantiu, também, que a empresa não vai demitir e pretende investir ainda mais em treinamento dos mais de 4,2 mil colaboradores no país.

A intenção da companhia de abrir um quarto hub (ponto de linha aérea) no Nordeste, por conta da conjuntura, acabou não saindo da planilha. ;Estamos analisando oportunidades. Nesse momento, não temos definimos quando e onde. O Nordeste é um bom lugar, tanto que nosso único voo internacional (para Bogotá) sai de Fortaleza. Hoje, porém, estamos hoje muito focados. Mais que definir o hub, queremos manter o nosso cliente;, admitiu Abromovich.

Durante cerimônia em São Paulo, em comemoração à entrada da Avianca no grupo Star Alliance, Efromovich lembrou que a Avianca foi uma das poucas empresas que registrou crescimento significativo dos ciclos diários (92 para 203), de 2010 para cá, e elevou a participação no mercado de 2% para 9%, no período. Além disso, também registrou, também nesses cinco anos, crescimento maior da taxa de ocupação que o total da indústria.

Em 2010, enquanto a indústria cresceu 74% na taxa de ocupação, a Avianca avançou 74%. Em 2011, a diferença foi de nove pontos percentuais (7% para 79%). Em 2014, nesse item, a indústria apresentou desempenho de 80%, enquanto a empresa teve taxa de ocupação de 83%. Em 2015, a previsão é de 84%, enquanto o setor como um todo se manterá nos 80%. Para tornar possível essa ampliação, uma das medidas será a troca de seis aeronaves, com capacidade de 100 passageiros, para outras maiores, de 162 assentos.

;Com isso, será possível um aumento de 15% na oferta;, explicou Efromovich. Além disso, lembrou, com a entrada da companhia da Star Alliance, haverá um adicional de passageiros que deverão procurar a empresa por conta dessa parceria. ;E importante destacar que essa nova frota foi comprada lá atrás. Não temos o dinamismo de adequação que a economia tem. Precisamos adequar planos que já foram feitos, dentro da situação do momento;, reforçou.

Com a entrada da Avianca na Star Alliance, mais de 2,7 milhões de participantes do programa de fidelidade Amigo, podem usar todos os benefícios do FFP (Frquent Flyer Programa). Ou seja, acumular e resgatar milhas em todos os voos das companhias aéreas parceiras. Os classificados na categoria Amigo Ouro ou Diamante podem acessar mais de mil lounges ao redor do mundo, benefícios de bagagens, balcões de check-in exclusivos e prioridade de embarque. O mesmo é válido para os clientes da companhias parceiras ao viajarem pela Avianca Brasil.

No total são 13 companhias-membro (Air Canada, Air China, Avianca, Avianca Brasil, Copa Airlines, Ethiopian Airlines, Lufthansa, Singapore Airlines, South African Airways, SWISS, TAP, Turkish Airlines e United) que agora servem o Brasil, o que reforça ainda mais a posição da Star Alliance como a aliança com o maior número de companhias aéreas neste mercado. A Avianca Brasil adiciona 15 novos destinos no país aos 12 existentes que as companhias-membro da Star Alliance já atendem, elevando o total para 27.

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