Economia

Valorização do dólar e receios domésticos impõem alta às taxas de juros

Os volumes de negócios, em geral, continuam baixos, em função do feriado de Ação de Graças nos EUA, que fechou os mercados por lá na quinta e os mantém em funcionalmente parcial nesta sexta

Agência Estado
postado em 27/11/2015 10:06
Os juros futuros sobem no início da sessão desta sexta-feira (27/11). As taxas são impulsionadas pela alta do dólar e também pelos receios domésticos, ainda em função dos desdobramentos da prisão do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT), e do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual.

Às 9h30, o DI para abril de 2016 indicava 14,560%, ante 14,550% no ajuste da véspera. O DI para janeiro de 2017 mostrava 15,58%, de 15,54% da quinta-feira (26/11). O DI para janeiro de 2018 apontava 15,87%, de 15,81%. E o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 15,66%, a 15,62%.

Os volumes de negócios, em geral, continuam baixos, em função do feriado de Ação de Graças nos EUA, que fechou os mercados por lá na quinta e os mantém em funcionalmente parcial nesta sexta. Após a prisão de Delcídio, o governo brasileiro ainda trabalhar para escolher um novo líder e tentar aprovar até o fim do ano o Orçamento de 2016, como tanto tem insistido o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Na quinta, em entrevista exclusiva ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado), ele disse que a partir de segunda-feira, 30, o governo poderá fazer um corte de todos os recursos disponíveis para gastos até o fim do ano, para não incorrer em infração junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) no fechamento das contas de 2015.


Segundo antecipou o ministro, a estratégia estudada pelo governo é de um contingenciamento temporário, pronto para ser levantado assim que o Congresso aprovar a redução da meta fiscal deste ano A sessão, que deveria ter ocorrido na quinta, foi adiada para a próxima quinta-feira, 3, três dias após expirar o prazo regimental para a prestação de contas. A amplitude do corte recomendado pelo TCU deixaria o governo totalmente sem recursos e dependente do resultado da votação de deputados e senadores.

A mensagem enviada pelo Planalto ao Congresso prevê a mudança do resultado fiscal deste ano de um superávit primário de R$ 66,3 bilhões para um déficit de até R$ 119,9 bilhões este ano. Se essa meta não for alterada, o governo se verá obrigado a contingenciar R$ 107,1 bilhões, mas em caixa só dispõe de R$ 10,7 bilhões.

Levy reconheceu ter perdido, com a prisão de Delcídio, um importante interlocutor no Congresso, mas afirmou estar confiante na aprovação do projeto que revê a meta fiscal. "Não tenho problemas em pedir apoio. Tenho confiança. Na hora H, em inúmeras vezes, o Congresso não faltou ao povo brasileiro."

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