Economia

Especialistas aprovam decisão do CMN em manter meta de inflação

Eles consideraram decisão do conselho acertada diante da dificuldade de o governo promover o ajuste fiscal. Informação de que Meirelles defendia redução, no entanto, levou investidores a apostarem em títulos de curto prazo

Rosana Hessel, Rodolfo Costa
postado em 01/07/2016 06:00
Eles consideraram decisão do conselho acertada diante da dificuldade de o governo promover o ajuste fiscal. Informação de que Meirelles defendia redução, no entanto, levou investidores a apostarem em títulos de curto prazoO Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu ontem manter o centro da meta de inflação em 4,5% ao ano até 2018. Serão 14 anos com esse mesmo objetivo a ser perseguido pelo Banco Central. A exemplo da meta de 2017, a margem de tolerância será de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, resultando em um piso de 3% e um teto de 6% para dos dois próximos anos. A banda atual, que vale desde 2006 é de 2,0 pontos percentuais, com mínima de 2,5% e máxima de 6,5%.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Carlos Hamilton, informou que a decisão do CMN para a manutenção da meta ;foi unânime;. ;O Conselho avaliou a conjuntura doméstica e há, de fato, muita incerteza no ambiente econômico e, por isso, chegou à conclusão de manter a meta;, disse.

O CMN é composto pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pelo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e pelo ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira. A expectativa era que a meta fosse ajustada e reduzida para 4% ou mesmo 4,25%, algo defendido por Meirelles junto ao presidente interino, Michel Temer, desde segunda-feira, segundo fontes do governo.



Hamilton não comentou o assunto e apenas disse que o CMN ;não discutiu a hipótese de mudar a meta;. O economista João Silva Junior, head da mesa de Renda Fixa da Icap Brasil, contou que boa parte do mercado foi pega de surpresa porque estava esperando redução da meta e passou a comprar títulos pré-fixados de curto prazo.

Especialistas consideraram a decisão do CMN acertada para a conjuntura de interinidade do governo, sem falar que foram poucas as vezes em que o governo conseguiu entregar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abaixo de 4,5% desde 2005. Isso só ocorreu três vezes: em 2006, em 2007 e em 2009. Vale lembrar que essa taxa é superior a de muitos vizinhos, como Chile, México e Colômbia, que possuem meta de inflação de 3%.

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