Economia

BC deve acelerar corte de juros se PIB não der sinais positivos

Ata do Banco Central destaca que "o risco palpável de que não ocorra uma retomada oportuna da atividade econômica deve permitir intensificação do ritmo de flexibilização monetária"

postado em 06/12/2016 09:32

Ata do Banco Central destaca que

O Banco Central divulgou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em que discutiu uma redução ainda maior na Taxa Selic de Juros, que diminui de 14% ao ano para 13,75% a.a. No documento, a autarquia informou que a inflação deu sinais positivos, mas ainda é resistente diante da recuperação demorada e gradual da atividade econômica brasileira. O comitê deve acelerar o corte se o PIB brasileiro não voltar a crescer.

Alguns analistas do mercado financeiro acreditavam em um corte de 0,5 ponto percentual, para 13,50% a.a, mas a autoridade monetária optou pela taxa mais conservadora. O cenário do processo de aprovação de reformas fiscais, como a PEC 55, do teto dos gastos, e a da Previdência Social ainda é incerto e demandam um andamento mais célere. Se realizadas, as mudanças potencializariam os efeitos da política monetária e reduziriam os custos do processo de redução da inflação.

Na ata, o BC informou que a economia não terá os resultados esperados a curto prazo, diante das projeções para o PIB deste ano e de 2017, além dos maus resultados dos índices de confiança. A atividade segue operando com alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletindo nos baixos números da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego.

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Segundo a instituição, a inflação recente foi mais favorável que o esperado, em decorrência da reversão da alta de preços de alimentos. Com os melhores números, o Boletim Focus reduziu a inflação medida pelo IPCA para 2016 para 6,7%. Em 2017, a previsão dos índices também recuaram para 4,9%. Para 2018, o BC manteve a projeção de 4,5%.

Se a atividade econômica não der sinais de melhora, o comitê pode flexibilizar o ritmo de flexibilização dos juros. O BC irá avaliar os resultados na próxima reunião do Copom, em janeiro de 2017.

O comitê demonstrou preocupação com o impacto dos preços administrados na inflação. Em destaque, estão os combustíveis e energia elétrica. Após duas quedas, a Petrobras anunciou ontem o aumento da gasolina e do diesel nas refinarias. A energia elétrica sofre com recomposição tarifárias para corrigir distorções de políticas passadas.

No âmbito externo, a autarquia declarou que o cenário é incerto, dado o aumento da volatilidade dos preços de ativos, indicando o possível ;fim do interregno benigno; para economias emergentes. O BC prevê normalização das cotações cambiais nos EUA no curto prazo.

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